terça-feira, 30 de novembro de 2010

O Caminho da Consciência




A energia é um aglomerado de matéria básica para as transformações. Imagine que possamos isolar a menor quantidade de energia que pudermos. Vamos pensar nesta ínfima quantidade como uma bolinha bem pequena. Quando falamos de energia, significa que estamos considerando uma quantidade destas “bolinhas”, como se pudéssemos colocá-las dentro de um balão de aniversário.

Se dividirmos um objeto ou uma pessoa em partículas ínfimas de energia e de matéria, veremos que cada partícula tem movimento e que este movimento pode ser harmônico ou desarmônico.

A desarmonia no movimento de um aglomerado de partículas causa atrito, o que causa diminuição da velocidade deste movimento. Quando em harmonia, o movimento tende a aumentar a sua “velocidade”, possibilitando uma alta “vibração”.

Veja o exemplo de um enxame de abelhas: quem olha de longe enxerga uma enorme quantidade de “bolinhas” afluindo-se em uma aparente desorganização, porém existe harmonia no movimento de cada abelha e é por isto que elas podem desenvolver agilidade para defesa ou fuga da colméia de modo extremamente eficiente. Se os movimentos fossem desarmônicos, elas bateriam umas nas outras a todo momento e seriam incapazes de cumprir bem seus deveres de proteção e zêlo da colméia.

Imagine se você pudesse enxergar as tais bolinhas da energia reunidas dentro de um balão. Se elas estivessem se movimentando de forma harmônica, muito agitadas, de um lado para o outro, sem atritos, diríamos que a energia está com um “alto” padrão vibratório. De forma análoga, se as bolinhas estivessem se movimentando de forma desarmônica, pouco agitadas, bem devagar, diríamos que a energia está com um “baixo” padrão vibratório. Este será o “padrão vibracional” ou o “estado vibracional” daquele aglomerado de energia. Este é um conceito importante para entender melhor o Caminho da Consciência.

Pronuncia-se “chácra”. Pode ser traduzido, literalmente, para “roda” e funciona como uma bateria que acumula energia para nutrir o nosso corpo. Quando a energia entra ou sai de um chacra, cria-se como um vórtice em seu centro que gira para um ou para o outro lado. Ao todo são mais de 2000 chacras espalhados pelo corpo, mas apenas sete são vistos como principais:
  1. 1.      Chacra Coronário – localizado no topo da cabeça.
  2. 2.      Chacra Frontal – localizado no centro da testa.
  3. 3.      Chacra Laríngeo – localizado sobre a traquéia.
  4. 4.      Chacra Cardíaco – localizado na região cardíaca.
  5. 5.      Chacra Plexo Solar – localizado na “boca do estômago”, logo abaixo do mesmo.
  6. 6.      Chacra Umbilical – localizado sobre o umbigo.
  7. 7.      Chacra Básico – localizado na região sexual.

O Tan-Tien é um centro energético que concentra vários canais de energias, por isto vamos explicá-lo melhor em “Os Canais de Energias e os Nadhis”.

É a inteligência suprema, criadora e mantenedora de tudo o que há; É Deus. Define-se melhor o Eu Sou pela negação de tudo o que existe, de todos os atributos do que se manifesta, pois ele é não-manifesto, não evolui, é perene, é imutável, não existe, não diz, não ouve, não faz; Ele simplesmente “é”.

Tudo o que “existe”, reside no Eu Sou, logo ele é um único para tudo e para todos. Dele saem as fragmentações – nós e outras naturezas – que se manifestam no mundo da forma – e a ele retornam, quando evoluem ou quando o ciclo da manifestação cessa para recomeçar (fim de um período de Bhrama).

Dele emana a consciência superior, que banha todas as mônadas de todos os seres manifestos e à qual tentamos elevar a nossa própria consciência, pela purificação de nossos corpos e Mônada.

O Eu Sou está além da Natureza, está além das dimensões mentais, astrais e físicas. O único modo de chegarmos ao estado de Eu Sou é transcendendo todas as naturezas, toda a existência.

A Natureza é tudo o que está manifesto, tudo o que existe. E todo o manifesto está sujeito às leis da Natureza, que são um conjunto de normas às quais obedecem à existência das coisas e a sucessão da criação. As chamadas Leis da Natureza definem as regras na existência e possibilitam a evolução de cada indivíduo e do todo. Assim como nascemos sem qualquer conhecimento da lei da gravidade, por exemplo, e temos que descobrir como ela opera para que possamos viver melhor, as Leis da Natureza podem ser conhecidas pela observação e pela experiência e devem ser compreendidas por cada ser vivente como o melhor caminho para a evolução.

Os animais já seguem as Leis da Natureza que lhes são aplicáveis pelo instinto, uma vez que não têm o “livre arbítrio” (a escolha natural). O ser humano tem o “livre arbítrio”, mas por vezes são as escolhas equivocadas que o impedem de conhecer e de seguir algumas Leis da Natureza.

Cada Lei da Natureza tem um padrão vibratório único, como uma carteira de identidade. Quando uma Lei se manifesta, provoca uma alteração vibracional na energia do local ou da natureza da qual foi evocada. Esta natureza ou este local, portanto, passa a vibrar no padrão vibratório da Lei evocada.

Chamamos de Leis da Vida ou Leis Superiores ou Virtudes aquelas que têm um alto padrão vibratório, como o amor, a compaixão, a verdade, a sabedoria, a justiça, a prosperidade, o poder, a paciência, a persistência, a bondade e outras. De forma análoga, chamamos de Leis Inferiores àquelas que têm um baixo padrão vibratório, como o carma, a tristeza, as emoções ruins, o egoísmo, a vaidade, o orgulho.

Ao evocarmos o amor, por exemplo, subimos nosso padrão vibracional (em média e principalmente no chacra cardíaco) e passamos a exteriorizar esta alta vibração por sinais que podem ser compreendidos por outros de nós, como em nossas ações, reações e pensamentos.

Ao falarmos de natureza humana, podemos caracterizar um indivíduo pelo seu conjunto de valores e normas morais pelas quais rege suas ações. Veremos, adiante, que a natureza individual humana é sempre formada pela influência das Gunas. Por exemplo, devemos esperar que um indivíduo de natureza ignorante aja de forma ignorante ou que outro de natureza bondosa aja de forma bondosa. Seria ingenuidade esperar de um indivíduo o que ele não tem para oferecer.

Já para os animais, podemos nos referir às naturezas como formadas pelo que seus instintos os levam a fazer. Afinal, seus instintos formam cada conjunto de “valores e normas” da lei animal. Espera-se, por exemplo, que um leão aja impiedosamente contra um humano quando está faminto, pois esta é a sua natureza instintiva: caçar para comer.

Com o uso pleno de nossos cinco sentidos, consideramos a existência como o que se percebe do mundo físico, ou seja, o “palpável”. Mas a matéria é energia densificada (comprimida) e a energia não é apenas matéria. Ela forma todo o mundo material e, de acordo com as suas densidades, forma também os mundos ditos espirituais. Existem dimensões que chamamos de “mais sutis” do que a física (a terceira dimensão, o plano físico) e dimensões (ou planos) que são “mais densos”.

Dividimos estas diversas dimensões em três grupos:
  1. O mental, que é o mais sutil e se subdivide em várias dimensões;
  2. O astral, que é pouco mais denso que o mental e se subdivide também em várias dimensões;
  3. O físico, que é bem mais denso do que o mental e pouco mais denso do que o astral.

Se um indivíduo estiver na quinta dimensão do plano astral, por exemplo, não poderá ver ou ouvir ou sentir nada referente às outras dimensões astrais ou mentais ou físicas, nem mesmo pertencentes à quarta ou à sexta dimensões astrais, salvo se ele possui a clarividência desenvolvida.

Tamásica vem de Tamas, que para os hindus significa ignorância. A ignorância engloba outros tipos de procedimentos, como a preguiça, o sono excessivo, a inércia, a estupidez, o julgamento, o desrespeito e outros. Um indivíduo tomado pela energia Tamásica tende a não se movimentar, tende a não agir segundo as Virtudes e tende a desrespeitar cada outro indivíduo ou manifestação.

Rajásica vem de Rajas, ou paixões. As paixões levam ao movimento pelos desejos delas oriundos. Isto origina os vícios, as fortes emoções, os apegos (como os ciúmes), a raiva, a  ira, a necessidade da posse e outros. O movimento gerado pelos desejos não é harmônico, pois a nossa manifestação é dual e oferece, então, prazeres e dores: para cada prazer, teremos uma dor para nos ensinar que não precisamos de prazeres para viver plenamente, pois todo apego distancia o indivíduo da evolução, fazendo-o “correr em círculos”.

Sátiva vem de Satis, que é a bondade. Uma natureza sátiva leva ao movimento harmônico, que conduz naturalmente à evolução. Envolve a bondade, o amor e todas as Virtudes (Leis Superiores). Pouco movimento harmônico pode produzir muito mais do que muito movimento desarmônico, portanto, toda ação sátiva traz benefícios perenes, mas uma ação rajásica só traz benefícios efêmeros, além da dor.

Todo indivíduo é regido pelo seu conjunto de Gunas, uma mistura das predominâncias das três energias. O refinamento proposto pelo Caminho da Consciência visa retirar do indivíduo as influências das Gunas, limpando-o primeiro da energia Tamásica, depois da Rajásica e, por fim, da Sátiva.

O motivo pelo qual a sátiva deve ser removida será compreendido após o entendimento de outros conceitos e da vivência das Leis Superiores. Desprovidos das influências das Gunas, podemos nos direcionar para a nossa verdadeira origem. A natureza Sátiva é apenas o último “barco” que será utilizado para “cruzarmos o rio”. Depois que chegarmos à margem, o barco não mais será necessário.

Cada indivíduo tem sua origem no Eu Sou. Após a fragmentação do Eu Sou em uma manifestação individual, dá-se origem à mente, ao corpo e à consciência no plano mental, já influenciados pelas Gunas. Desta manifestação, origina-se um molde do físico no astral, que assume e delimita as características emocionais e físicas do indivíduo, de acordo com as necessidades da próxima encarnação (tipo físico, época, restrições cármicas, etc).

Para cada mente criada em um plano (mental, astral, físico), pode também ser criado um corpo, que nada mais é do que a parte densa de sua respectiva mente. Podemos, inclusive, dizer que o corpo é a mente condensada.

Assim, em ordem de manifestação, temos:
  • Um conjunto de mentes e corpos das dimensões do plano mental;
  • Um conjunto de mentes e corpos das dimensões do plano astral;
  • Uma mente e um corpo da dimensão física (terceira dimensão do plano físico);

É o conjunto de todas as mentes e corpos de um ser: física, astral e mental. Cada manifestação individual possui uma mônada diferente, mas todas com a mesma origem na fragmentação do Eu Sou.

Como o nosso caminho de manifestação fez-se do sutil para o denso, o refinamento e sutilização de cada ser deve trabalhar a Mônada do físico (corpo físico, sua parte mais densa) até o mental (primeira mente do plano mental, sua parte mais sutil).

Dizemos, de forma redundante, “corpo e mente” ou “corpo e mônada”, mas isto é apenas para reforçar a idéia de que a sutilização do corpo também é necessária.

Canais de Energias são como condutos por onde os vários tipos de energia circulam em nossos corpos. Estes canais existem nas várias dimensões por onde nos manifestamos, sempre restritos aos nossos corpos.

Com o desuso, estes canais podem estreitar-se e encolher-se, dificultando a passagem da energia que seria necessária para o funcionamento “normal” e para o desenvolvimento de faculdades ditas paranormais – mas que, na verdade, são funções humanas corriqueiras que podem ser religadas.

Os Nadhis são canais de energias específicos. Em um de nossos campos de energia, o Tan-Tien, estão ligados mais de 72 mil Nadhis que irrigam nossos corpos e chacras com a energia captada e armazenada diariamente. Se trabalharmos bem a energia neste centro acumulador, estaremos incentivando a distribuição energética e o refinamento corporal.

A consciência é a capacidade que o homem tem de compreender valores e mandamentos morais e aplicá-los nas diferentes situações. Dizemos que agimos com consciência quando aplicamos ao cotidiano de nossas vidas as Virtudes (ou Leis Superiores).

Ela é passada através da Mônada e de seu corpo mais denso (o físico) para outros indivíduos pelas nossas ações, reações e pensamentos. É também passada de um corpo mais sutil para outro mais denso de acordo com o refinamento deste último. Este é um dos motivos para o refinamento e sutilização da Mônada.

Existe a consciência superior (emanada do Eu Sou), que banha a todas as mônadas, e existem as consciências individuais de cada mente de cada ser. Estudando o conjunto de consciências de um ser, isoladamente, vemos que a mente física tem uma consciência individual, assim como a mente astral tem outra e a mental tem outra. Na verdade, cada conjunto mente/corpo tem uma. Sutilizar a mente física, por exemplo, faz com que ela eleve o seu padrão vibratório, possibilitando sintonia suficiente para que esta consciência integre-se com a consciência imediatamente superior (a da mente astral) – e assim por diante, até que todas as consciências tenham uma só sintonia com a superior.

Toda experiência que produz resultados não-transitórios, perpétuos, soma-se à consciência mais densa do ser, pela qual ele interage com a vida, mesmo que a consciência imediatamente superior já possua tal experiência. É por este motivo que o ser não perde a experiência ou capacidade não-transitória – uma clarividência, por exemplo – quando a adquire em uma de suas vidas.

Todo ser já é, por si só, divino e, portanto, pleno em consciência e ilimitado. O que o impede de alcançar a plenitude é somente a influência causada pelas Leis Inferiores, motivo pelo qual o refinamento é necessário.

Tudo o que pensamos e sentimos movimenta energias de padrões vibratórios diversos. Se repetirmos diversas vezes um mesmo pensamento ou uma mesma emoção, reunimos uma grande quantidade de energia com o padrão vibratório do que foi pensado, seja ele alto (bom) ou baixo (ruim). Estas são as formas-pensamento, ou seja, as formas moldadas com o pensamento.

Entre as formas-pensamento, temos formatos conhecidos, como escorpiões e aranhas, e disformes, como monstruosidades retiradas de mentes doentes ou tomadas por demais pelas Gunas Tamásica e Rajásica.

Dependendo da natureza e da intensidade do pensamento ou da emoção, podemos criar formas-pensamento que agem como autômatos e, inclusive, que podem utilizar-se de nossa própria inteligência. Estes arquétipos (formas-pensamento que utilizam-se de nossa própria inteligência) podem nos induzir a continuar incorrendo nos pensamentos ou emoções que os originaram, como forma de manutenção de suas existências.

Os vícios fortes (álcool, drogas, cigarro), por exemplo, têm seus arquétipos característicos que tornam a vida do indivíduo “insuportável” sem a manutenção do prazer oriundo do vício.

Para acabar com um arquétipo ou com uma forma-pensamento, basta não “alimentá-los”, ou seja, impedir que se manifestem os pensamentos e emoções que os originaram. Para um vício qualquer, três meses deve ser suficiente. Para fortes vícios, talvez leve até encarnações. Mas existem também pessoas com força de vontade suficiente para acabar com seus arquétipos de forma menos brusca, reduzindo a incidência de um vício até que o desejo desapareça por completo. O melhor método é uma escolha pessoal.

São chamadas de “Rodas da Lei”, de uma forma apenas ilustrativa, os mecanismos (formas-pensamento) de elevação do padrão vibratório da energia captada, transformada e armazenada nos corpos. Nesta “Roda da Lei”, os raios são as leis superiores, o aro é a lei da Evolução (a lei máxima) e o centro é o amor, pois sem ele não há sustentação para as outras leis superiores atuarem.

Para que entendamos melhor, imagine que o efeito do exercício “A Rotação dos Faluns” seja criar uma Roda da Lei em cada um dos sete chacras de nosso corpo. Quando uma energia for entrar por um chacra, ela tocará nos raios da Roda da Lei e terá seu padrão vibratório automaticamente e imediatamente elevado para os mesmos padrões vibratórios das Virtudes.

É bom ressaltar que cada raio (conversor) da Roda da Lei somente será criado se passarmos a vivenciar a virtude relacionada a ele. Por exemplo, o raio do amor só será fortemente criado se vivermos com amor em todos os nossos atos, diariamente (amor a qualquer indivíduo, a nós mesmos, à criação como um todo, ao Eu Sou). Vivenciar uma Lei Inferior pode ser prejudicial à criação da Roda da Lei, pois poderá converter a energia captada em padrões vibratórios mais baixos – que é o contrário do ideal.

A criação das Rodas da Lei nos chacras será dada ao explicarmos o exercício em si.

“O mundo das ilusões”, do transitório, da dualidade, do manifesto.

Vivemos histórias num universo de repetições e restrições, como se estivéssemos participando de um filme. Sem sabermos disto, estamos aparentemente lúcidos, mas inconscientes da realidade que nos liberta da necessidade de qualquer coisa para alcançarmos a plenitude.

Maya representa todo o mundo manifesto, do mais sutil plano mental até o mais denso plano físico.

Transcender Maya permite conhecer o perene – o Eu Sou – e participar deste “filme” de forma totalmente consciente e até mesmo sem o envolvimento (ruim ou bom) com as leis da Natureza.


A vida moderna trouxe necessidades além das naturais, fabricadas pelo consumismo, que exigem esforços sobre-humanos para a absorção de conhecimento, emoções e bens. O ser humano, entregue aos ditos da mídia, inseriu em sua cultura a “máxima” de que somente há felicidade pelo sucesso financeiro. Para realizar-se através de efêmeras emoções daí oriundas, passou a desrespeitar os ciclos naturais de seu corpo e mente, esquecendo-se, por vezes, de que ele não é uma complicada máquina de fazer dinheiro, mas um ser divino em um corpo de inúmeras possibilidades, sempre pronto a experienciar a aventura humana.

Quando em estresse, nosso corpo e nossa mente podem apresentar sintomas que variam de uma dor de cabeça a uma doença dita incurável pela ciência. O desrespeito aos nossos próprios limites, muitas vezes por imposições sociais, financeiras e culturais, empurra-nos à beira de colapsos. O acúmulo de conseqüências destes desrespeitos vai formando em nosso corpo e em nossa mente algo como uma “crosta” de impurezas, que nos impede de enxergar as saídas, as curas e, deste modo, a vida vai ficando “difícil”, pesada. Somos como uma peneira que acumula sujeira em cima de sujeira e, com o tempo, mal deixa passar a água. Com o passar de anos, de décadas, de vidas, as nossas crostas vão ficando cada vez mais duras de serem removidas e os problemas vão encobrindo as soluções – deixamos de ser seres divinos para sermos apenas consumidores de falsos milagres em frascos.

Hoje dependemos de remédios e descobertas científicas que se contradizem de tempos em tempos. São eleitos amigos da saúde os alimentos e remédios da moda. As indústrias ditam o que devemos comer, o que devemos pensar, como devemos agir socialmente e como nos prevenirmos de doenças. Assim que um novo produto é lançado, o irmão mais velho é sacrificado publicamente e vira o “vilão” da saúde ou o “fora da moda”.

Mas nosso corpo é perfeito em todos os detalhes. Prova disto é o simples fato da autocura de doenças como o câncer e da imunidade de alguns contra a AIDS, fatos públicos ainda não explicados pela ciência. Milagres? Não. As possibilidades são ainda inimagináveis para a nossa cultura. Fomos acostumados a considerar impossíveis quaisquer feitos um pouco além dos corriqueiros. Quando eles acontecem, os muito religiosos os apontam como milagres, os cientistas e médicos os ignoram e a população em geral os recebem como notícias “estranhas” – e esquecem facilmente delas – através da mídia (“quando” elas são noticiadas).

Você (sim, você) tem uma ligação direta com este universo das possibilidades inimagináveis. Comece a acreditar no mais fácil de enxergarmos: seu corpo pode funcionar melhor se você cuidar melhor dele. Cuidados simples, como escolher melhor o quê e quando comer, podem melhorar a sua saúde espantosamente, dar leveza ao corpo e equilibrar os seus hormônios. Cuidados com a mente, como se desligar dos problemas regularmente e controlar impulsos arrebatadores, decorrentes de fatos do cotidiano, podem contribuir em muito para a sua felicidade.

A verdade é que nosso corpo (físico e emocional) tem uma capacidade incrível de autolimpeza, de autocura. A cada estímulo físico (um corte ou a ingestão de um alimento) ou estímulo mental (uma emoção), o corpo inicia um ciclo de processamento (mobilização do sistema imunológico ou digestão), de conseqüências boas e ruins em nosso organismo (secreção de hormônios ou irritação do estômago ou um trauma emocional) e de limpeza (excreção dos resíduos ou fim de um impacto emocional). Para que nosso organismo trabalhe bem, este ciclo de processamento-reações-limpeza deve ser respeitado ao máximo, ou seja, é prejudicial iniciar novos e freqüentes ciclos antes de finalizar os primeiros.

Nossa cultura nos induz à permissão de mais e mais estímulos antes de completarmos um ciclo físico (digestão, por exemplo) ou mental (emoções ruins ou boas). O problema é que nosso organismo foi programado para processar um estímulo assim que ele entra em nosso corpo, estacionando os anteriores até que haja tempo e energia suficientes.

Vamos ilustrar isto com um exemplo simples de ciclo físico: ao ingerirmos um alimento, ele é imediatamente processado; as substâncias que são formadas através da digestão são absorvidas pelo organismo e causam diversas reações internas boas e ruins; os resíduos que não foram aproveitados vão para bolsas como o intestino (para a defecação), para a bexiga (urina) e para as camadas da pele (suor) para serem posteriormente eliminados. Ocorre que, se a pessoa ingere outro alimento – por mais nutritivo que ele seja – antes que o ciclo possa eliminar boa parte dos resíduos anteriores, o organismo pára a excreção e redireciona a sua energia para o processamento do alimento que acabou de entrar. Some a isto vários e vários processos interferentes e o organismo estará gastando (desnecessariamente) muito mais energia; passará a absorver do intestino as toxinas que seriam expelidas nas fezes; e passará a ter que controlar a todo custo a expansão bacteriológica (metade das fezes é bactérias). Ao final de anos de maus tratos, a pessoa fatalmente teria uma doença ligada ao aparelho digestivo ou excretor. Ademais, todo nutriente – transformado em energia pelo organismo – que não é necessário naquele momento é armazenado na forma de gorduras (3 gramas de água para cada 1 grama de glicogênio – ou energia).

Quanto ao lado emocional, o ciclo é o mesmo: “processamos” uma emoção; o impacto dela causa-nos efeitos psicológicos bons e ruins – e, às vezes, físicos também; depois de um tempo, o que resta são fragmentos que não mais nos atingem. Veja o caso de um estímulo emocional do desencarnar de um parente muito querido: se a pessoa não tira um tempo para si, para pensar no que aconteceu e para sentir as emoções decorrentes do fato, pode levar o sofrimento para toda a sua vida e até traumatizar-se.

Aí está o segredo: Dê-se tempo suficiente para completar os ciclos de seus corpos físico e emocional. Respeite o seu corpo físico. Respeite o seu psicológico. Ame-se mais. Pare agora qualquer desrespeito a você mesmo. Esta atitude, mesmo isolada, já produz um ótimo resultado.

Para complementar, retire de sua vida (se você os tiver, claro) os exageros oriundos da satisfação dos prazeres a qualquer custo, os vícios, as drogas, bebidas alcoólicas, chás alucinógenos e tudo o que possa ferir a sua natureza e privar-lhe da lucidez necessária para prosseguir no caminho da evolução.

Mas resta ainda o complemento deste “segredo”.

Dissemos que somos seres divinos, providos de capacidades inimagináveis que, com o tempo e o mau uso, estão “adormecidas” dentro de nós. A única coisa entre nós e estas capacidades são aquelas “crostas” que dissemos. Simplesmente remova as crostas de seu corpo e mônada (ou seja, refine, sutilize, limpe a sua mônada) e você poderá reavivar estas capacidades divinas, transcender a ilusão (Maya) e ter uma vida saudável, feliz, plena, sem as limitações da manifestação. De uma forma ilustrativa, um rio de consciência passa pela sua Mônada e faz girar mais rápido a Roda da Lei (ou Roda da Vida). Isto significa a total aceitação das Leis da Vida em qualquer situação.

Embora possamos desenvolver a autocura, a intimidade com a intuição, a telepatia, a projeção astral, a telecinesia e outras, ater-se às faculdades paranormais como fins pode atrasar o processo evolutivo por várias encarnações. Elas são ferramentas para a sua evolução, não diversões extras; desejar o domínio das faculdades paranormais como nosso objetivo final é desperdício de tempo precioso.

Nós nos tornamos totalmente exilados de nossa origem, de nosso verdadeiro Eu – o Eu Sou. Não há mais respostas que vêem de dentro. Não há mais certezas. Reina o medo e, dele, criamos nossos paradigmas sociais, alimentares e mentais. O vazio tornou-se um inimigo do qual fugimos com temor por não sabermos como lidar com nós mesmos. Afinal... onde está o manual de instruções?

Nosso manual de instruções está dentro de nós mesmos. O grande segredo é que não há segredos para nós.

Mas... Se for assim, tão simples, no quê o Caminho da Consciência ajuda?

Limpar-se totalmente das impurezas requer muito mais do que persistência e boa vontade; envolve também limitações cármicas, consumo adequado de energia, controle emocional e fatores que podem fugir das possibilidades da pessoa – no estágio evolucionário em que ela está. Depois de tantos anos de convivência com as limitações, costumes e desejos descontrolados, a natureza da pessoa talvez não esteja suficientemente preparada para suportar as mudanças necessárias. É preciso refinar, purificar, sutilizar a natureza para que os resultados possam ser alcançados mais facilmente. Não é o esforço que faz acontecer; é a dedicação.

Além disto, as “crostas” mencionadas são energias – que produzem ações – classificadas pelos hindus como tamásicas – da ignorância –, rajásicas – das paixões ou desejos – e sátivas – da bondade. Todos nós temos qualidades tamásicas – como a preguiça, a inércia, a própria ignorância – e rajásicas – como os desejos, que levam-nos a abrir mão até da felicidade, e as paixões por objetos e pessoas, que nos iludem por anos. Temos também qualidades sátivas, como a bondade, a compaixão, o amor. Todas as três podem existir em uma pessoa ao mesmo tempo, cada qual com sua intensidade.

Veja estas energias como substâncias que impregnam cada ser e que devem ser retiradas porque abaixam muito a nossa freqüência vibratória. Entenda que no início de sua evolução, a pessoa tem muita energia tamásica (ignorância, preguiça) e, assim, pouco movimento; A energia rajásica (paixões) surge para dar movimento e tirá-lo da inércia, mas este movimento não tem harmonia e a pessoa gasta muita energia e tempo no aprendizado pela dor; O movimento só ganha harmonia, possibilitando um aumento do padrão vibratório, quando há energia sátiva no ser, possibilitando que ele adquira mais consciência e evolua mais rapidamente; por este motivo, a sátiva será a última a ser removida.

São estas energias tamásicas e rajásicas que nos impedem de agir segundo as Leis da Vida, como o amor, a compaixão, a verdade, a justiça, a prosperidade, a sabedoria e outras tantas que são incentivadas pela energia sátiva. Elas são as leis superiores da vida, através das quais podemos alcançar uma felicidade plena, duradoura, perene. Em nossa cultura é difícil encontrar pessoas que vivem plenamente estas leis superiores. Geralmente o amor é condicional a regras ou confunde-se com a paixão e o sexo; para ser dita, a verdade depende de quem vai ouvi-la; a compaixão é confundida com a pena; a sabedoria é um atributo reservado a filósofos e doutores; a prosperidade é confundida com a capacidade de acumular riquezas; e assim por diante. Quer um bom motivo para escolher as leis superiores, mesmo que a vida não esteja assim tão ruim? As paixões passam; a mentira sempre causa dissabores; a pena gera a solidão; a ignorância aprisiona e forma laços cármicos; e o acúmulo de riquezas não traz a felicidade esperada. Nada disto eleva o padrão vibracional ou leva o ser humano a evoluir. Quando a consciência quer evoluir, precisamos refinar a nossa natureza entrando em contato com as leis superiores – e vivenciando-as em nosso cotidiano.

Um ótimo motivo para cultivá-las é porque “uma lei superior anula a ação de uma lei inferior”. Como num avião, que anula a força da gravidade (lei inferior) quando se utiliza de uma lei superior: a da aerodinâmica. Em outras palavras, muitos dos complicadores de nossas vidas, que são gerados pelas ações de leis inferiores, poderiam ser evitados simplesmente pelo cultivo das leis superiores em nossos cotidianos. É simples como calçar botas para andar sobre espinhos.

O Caminho da Consciência é apenas um caminho – como há outros – que permite a qualquer pessoa refinar a sua natureza, retirar as energias tamásicas e rajásicas de seu corpo e mônada – que ficaram acumuladas por gerações – captar energia vital pelos chacras, limpar os canais de energias (os nadhis) e elevar o padrão vibratório. Este caminho oferece duas faces do conhecimento milenar: a prática – uma mistura de ensinamentos do Tao, da ioga hindu e do budismo que pode ser seguida por qualquer pessoa – e os ensinamentos – que fundamentam e alicerçam a prática. Como todo conhecimento, a prática não dispensa os ensinamentos e, reciprocamente, de nada valerão os ensinamentos sem a prática adequada. É preciso sincronizar ambos para colocarmos as rodas da lei dentro de nós.

Não há fórmulas mágicas para a felicidade ou para as curas de doenças. Há um caminho que deve ser trilhado com paciência e persistência; com simplicidade e a adoção de hábitos mais saudáveis para o corpo e para a mente. Sem a dedicação de cada um – pois ninguém pode percorrer o caminho por você – não haverá sucesso. Vencem sempre a perseverança – regada a muita paciência – e a mudança dos paradigmas do dia a dia. O aprendizado é constante, mas o caminho leva a experiências inimagináveis atualmente.


Como dissemos, de nada adiantará a prática sem os conhecimentos. Conhecer e agir segundo as Leis da Vida é, resumidamente, o caminho em si.

Reflita sobre o que foi dito anteriormente, principalmente sobre as Leis da Vida. Pense sobre o modo como você vê a vida, sobre as suas ações, e veja se as leis superiores se encaixam no seu dia a dia atual.

Entenda, principalmente, que tudo o que acontece na vida tem um objetivo sábio e amoroso. São inúteis os sentimentos de remorso, culpa, autopiedade e revolta. Não há “coincidências” e nem tudo “está escrito”. Todo e qualquer fato acontece de acordo com as interações entre as naturezas das diversas pessoas e de suas ações e reações daí decorrentes, ou seja, cada ação nossa influencia uma ou mais vidas, direta ou indiretamente.

Reflita também sobre cada um dos fragmentos de sabedoria expostos a seguir. A prática é também explicada em detalhes e algumas dicas são colocadas nos apêndices desta apostila.

O Carma: O carma não é um “bicho de sete cabeças” ou a mão pesada de Deus sobre os pecadores; ele traz lições de vida para que possamos crescer, evoluir. Os bons e “maus” momentos gerados pela ação cármica permitem-nos reflexões sobre os direcionamentos de nossas vidas, possibilitando que vivamos com mais harmonia com as leis superiores. Inúmeras são as oportunidades que a vida nos oferece para aprender sobre o caminho; porém, como a evolução é inevitável, o aprendizado virá ou pela compreensão, fruto da observação e da consciência, ou pela dor, consequência de nossa desatenção. Medite sobre cada etapa de sua vida, cada fato marcante, bom ou “ruim”, e tente retirar deles as lições de vida necessárias ao seu crescimento. Diante do desconhecido, tememos que as mudanças trazidas por nosso inevitável crescimento tirem de nós o pouco de estabilidade que conseguimos com muito esforço – as nossas “verdades”. Entretanto, quando finalmente resolvemos crescer e nos entregamos a uma nova etapa de vida que esteja de acordo com as virtudes, mesmo sem saber o que nos espera, percebemos que esta seria realmente a coisa certa a ser feita.

O Amor: O amor verdadeiro não prevê condições ou regras. Expandir o amor a todos os seres viventes – não apenas a meia dúzia de pessoas – é perceber que somos todos um só. No relacionamento, querer ver  pessoa que se ama feliz – pura e simplesmente pelo amor – implica em nunca desejá-la somente para si, como um objeto de posse. Inclusive, a posse é mais prejudicial para quem a tem do que para quem a sofre, pois não passa de uma prisão no medo de perder a qualquer momento a “posse”; ela é um apego, nada mais.

O Perdão: Perdoar é uma maravilhosa libertação da prisão imposta por si próprio. Ao julgar um ato e repreendê-lo, nós nos ligamos emocionalmente tanto ao fato quanto à pessoa que o pratica. A cada lembrança, traz-se de volta a emoção ruim decorrente do acontecido. Devemos usar a lei da sabedoria para nos libertar de todos os desnecessários laços emocionais. Devemos nos lembrar de que cada pessoa está fazendo exatamente aquilo que está ao alcance dela naquele estado evolutivo, ou seja, o que a natureza dela consegue fazer. Culpar uma pessoa por um erro seria como culpar uma criança por molhar as fraudas – ela ainda não entende isto como “errado” e não adiantaria tentar explicar.

O Apego: Nós nos apegamos àquilo que possuímos porque temos medo de perder; nos apegamos àquilo que desejamos ter porque há o medo de que não o consigamos. Desapegar-se é libertar-se do medo. Nós viemos à vida nús e não vamos levar nada material ou emocional conosco. Tudo nesta vida é apenas um empréstimo. Se alguém tem medo de perder algo é porque não se julga merecedor de tê-lo.

As Emoções: Pelo medo do vazio interior ou de enfrentarmos nossas próprias vidas, tentamos fugir da realidade pela procura da satisfação de nossos desejos através das emoções. Entretanto, as emoções são efêmeras: surgem, arrebatam-nos rapidamente e desaparecem no ar, deixando-nos novamente o vazio. Buscar preencher a vida com boas emoções não é o caminho. Para tornar a vida plena, feliz, é preciso cultivar os sentimentos, que são duradouros, verdadeiros e conseqüentes.

Os Desejos: Todo desejo produz apego. Para livrar-se de um desejo, não adiantará acalentá-lo com “só mais uma vez e eu paro”. Criamos fortes arquétipos que levam-nos a buscar a saciedade de cada desejo, portanto o melhor caminho para extingui-lo é evitá-lo até que não mais nos incomode. Para algumas pessoas, basta a conscientização para parar, seja imediatamente ou aos poucos; mas para a maioria, não.

O Vício: O vício funciona como o desejo. É inútil tentar deixar um vício reduzindo as doses sem que haja a intenção sincera ou disciplina. A consciência de que parar é fundamental deve ser o primeiro passo para gerar a intenção; o seguinte é fazer de tudo para abster-se; é criar a disciplina e seguí-la, mesmo que aplicada apenas a momentos predeterminados, em uma fase inicial do auto-tratamento. Em casos de forte dependência química, uma clínica pode ser a única solução.

A Mentira: A mentira não é apenas falar inverdades, mas viver inverdades. Coisas que ferem a nossa natureza, mesmo quando ditas “estáveis”, como um (aparentemente) excelente trabalho ou um (aparentemente) estável casamento de anos e anos, podem ser as grandes mentiras de nossas vidas. Não maltrate a si mesmo nem se martirize pelos compromissos assumidos; descubra o melhor caminho, condizente com as Leis da Vida, e siga por ele, seja este qual for. Todos nós temos uma “bússola interna” – a intuição – que pode nos guiar por entre os caminhos de nossas vidas. Se não há contato com a sua, refine a sua natureza que a intuição voltará à ativa.

A Ignorância: A ignorância é a mãe da inércia; ela impede o ser humano de enxergar e usufruir a prosperidade.

A Expectativa: Toda e qualquer expectativa gera frustração, porque esperamos sempre receber mais do que vem a suceder-se. Se você nada espera, não haverá a ansiedade e tudo o que vier será mais do que você previa.

Energias Prejudiciais: Qualquer contato com coisas tamásicas e rajásicas, como notícias de catástrofes e crimes cruéis, maledicências, mentiras, apegos, emoções fortes e outras, é prejudicial ao crescimento. Quando não há como não compartilhar da carniça, apenas evite envolver-se.

Boas Energias: Todo o contato com experiências que reflitam as Leis da Vida é bom e deve ser cultivado, seja este contato advindo de experiências suas ou de outros.

O Caminho: Não confunda “viver a experiência humana ao máximo” com “buscar e saciar os prazeres”. Viver a experiência humana ao máximo é trilhar o caminho tendo como guias as Leis da Vida. Isto permite inigualáveis experiências, de comparação impossível com os simples prazeres. O mero fato de transcendermos alguns aspectos de Maya já nos permite gozar de dádivas de êxtase inigualável – plenamente alcançáveis com persistência e paciência. Seja qual for o caminho que você escolher, tenha em mente que, embora não haja como parar a evolução, a oportunidade de trilhar um caminho mais rápido e de forma mais indolor somente nos é oferecida em algumas poucas encarnações. Aceitar esta preciosa oportunidade dependerá somente de você.

A Bagagem: Todo o conhecimento evolutivo segue com a sua essência para as próximas vidas. A dedicação de um ser para transcender Maya é recompensada em frutos saboreados por quantas forem as manifestações seguintes, até que este ser ascenda ao estágio do Eu Sou, quando será pleno.

A sede pelo conhecimento e pelos resultados, geralmente, leva vários iniciantes à busca da perfeição na prática dos exercícios. Isto é louvável, porém oferecemos aqui algumas ressalvas importantes.

Existem vários detalhes que tornam os exercícios eficazes, mas aconselhamos a todos – iniciados ou não nas práticas energéticas – a começarem pela memorização dos movimentos mais evidentes e, pouco a pouco, a acrescentarem os detalhes. Mesmo que a pessoa seja praticante de outros exercícios que lidam com a energia ou com a abertura dos nadhis, o efeito não será nem imediato – mesmo com a perfeição nos detalhes – e nem alcançado sem a tranqüilidade da mente – o desapego aos movimentos para a abstração pretendida.

  • ·         Comece a praticar somente o primeiro exercício, memorizando os movimentos de forma desperta (lúcida) e com concentração.
  • ·         Persiga a automatização dos movimentos, tornando-os independentes do seu pensar, isentos de raciocínio.
  • ·         Após a automatização, leia novamente as instruções e acrescente um detalhe por vez, primeiro utilizando-se da concentração e, em seguida, da automatização.
  • ·         Todo o processo acima pode levar dias (lembre-se que você não aprendeu a andar da noite para o dia).
  • ·         Quando houver a certeza de que todos os detalhes foram memorizados e automatizados, busque a libertação de sua mente da atenção cotidiana. O que possibilita o refinamento durante os exercícios é o ato de “praticar, mas não estar lá”. Ponha-se em silêncio, sem ater-se a sensações, emoções, pensamentos, constatações, músicas, lembranças e até mesmo aos resultados.
    • o        Importante: Despreocupe-se de não conseguir manter sua mente quieta por mais de alguns poucos segundos. A prática diária ajuda-nos a aumentar estes intervalos, com o tempo. O “parar de pensar” só é alcançado por quem já pratica há muito tempo.
  • ·         Com o domínio parcial da primeira técnica, você poderá passar para a segunda e assim por diante.

Para fazer os exercícios da forma correta são muito importantes o ritmo, a velocidade e prestar a atenção às sensações, principalmente para o iniciante.

A velocidade influencia nos exercícios que projetam energia das mãos para o corpo. É como passar a mão sobre a chama de uma vela: quanto mais rápido passamos a mão, menos calor a queimará – menor efeito, portanto. Fazemos devagar ou depressa, então? Fazer muito devagar pode abrir os canais muito bruscamente, prejudicando o exercício; Por outro lado, fazer depressa demais pode não extrair do exercício os efeitos benéficos almejados.

Comece as primeiras séries dos exercícios movendo a mão vagarosamente, mas não muito. Com o tempo, a sua sensibilidade aumentará e você perceberá calor, arrepios e “movimento” quando passar a mão. Guie-se por estas dicas para encontrar uma velocidade mais rápida que continue a prover resultados, tendo em mente que velocidade não é o objetivo e serve apenas para você evitar sobrecargas em seus canais de energias.

Mas como saber o quanto de energia sai das mãos?

Sabe-se que a energia é projetada da mão para o corpo, portanto a primeira impressão que aguardamos é a de realmente sentirmos a energia saindo da mão. Mas seria esta a forma correta de sentir a quantidade de energia que flui? Não.

Aqui entra a necessidade de prestar a atenção aos sinais de seu corpo, à sua sensibilidade, às sensações. Quem não tem a prática diária dos exercícios, nada sente quando passa a mão sobre o corpo – o que é normal. Aqui vai a dica: o modo mais comum de sentirmos a energia não é através da saída dela das mãos, mas da percepção da energia no corpo – seja na pele ou por debaixo dela.

Para treinar a sensibilidade, fique brincando com a irradiação de energia das mãos sobre alguma parte de seu corpo. Não se preocupe em “empurrar” energia para fora de sua mão; apenas tenha a certeza de que você a estará irradiando. Feche os olhos, passe lentamente a mão sobre alguma região de seu corpo – cerca de dois dedos a meio palmo acima – e tente perceber as sensações. Pode demorar bastante até que você comece a sentir, mas não desista; faça outras tentativas; Um dia, com certeza, você vai perceber e saber como utilizar estas sensações como a sua bússola para melhorar nas práticas.

A velocidade da mão não é a mesma para todas as regiões de nosso corpo. Cada região está mais ou menos sensível à captação de energia e, quando as sensações já puderem nos orientar, deveremos usá-las para achar uma velocidade média ou adequada. Com o tempo, os nadhis se abrirão mais e a sua sensibilidade e capacidade de absorção da energia aumentarão.

A energia é sentida como um calor na pele – como o próprio calor das mãos – ou como um arrepio no local ou como “algo” que se movimenta dentro da região ou como uma pressão magnética. Quanto maiores o fluxo de energia que sai das mãos e a sensibilidade, maior será o calor sentido no corpo. Mas evite “jogar” ou “empurar” a energia, pois isto não vai ajudar em nada; deixe que o fluxo de energia aumente gradualmente durante o seu desenvolvimento. Somente o tempo e a constância dos exercícios fará com que você pegue a prática e saiba qual o efeito que a energia irradiada estará causando em cada parte de seu corpo e, assim, poderá regular a velocidade de cada exercício com mais exatidão.

Do zero:
  • ·         Você nada sente quando está começando com as técnicas e não tem experiência com energia. Passar a mão sobre o corpo não traz nenhuma sensação ou arrepio.
  • ·         Com a persistência e a paciência necessárias, você começa a sentir um calorzinho vindo da mão ou leves arrepios. Também é comum - na mão - a sensação de pele ressecada, como se estivesse repuxando, seca. No princípio, este calorzinho só é percebido com a mão muito próxima ao corpo. Resista a deixá-la próxima demais, pois não é bom que haja contatos da mão com o corpo, ou com os cabelos, nem entre uma mão e outra.
  • ·         O calor parece aumentar e você nota que poderia passar a mão mais longe do corpo que, mesmo assim, o calor ou arrepio continuaria sendo sentido.
  • ·         Com os olhos fechados e a mão passando a meio palmo do corpo, você já é capaz de sentir o calor e de saber exatamente onde a sua mão está. A sensação de pele seca pode ou não continuar. Os arrepios podem aumentar bastante, causando uma sensação agradabilíssima, um pequeno e constante êxtase.
  • ·         Com o incremento da sensibilidade, poderá haver a percepção, inclusive, do estado vibratório do corpo.

Quando você estiver percebendo o calor de sua mão, você já poderá começar a regular a velocidade. O ideal é: nem tão rápido que você não consiga sentir o calor da mão e nem tão lentamente que você sinta um calor muito forte. Faça alguns dias de experiência. Geralmente a sensação de pele seca vem mais rapidamente com movimentos mais lentos. Isto não é muito bom, principalmente para iniciantes. Será bom quando você tiver um domínio maior sobre a energia. Porém, em algumas partes-chaves do seu corpo, como os chacras menos desenvolvidos, pode ser melhor irradiar mais.

Sinta o calor de sua mão ao longo do corpo. Se em algum ponto ou extensão você notar (depois de alguns dias) que ao passar a mão naquela velocidade você não sente o calor, experimente reduzir a velocidade ali até que a sensibilidade se iguale à sentida no resto do corpo. O ideal é manter um só ritmo para todo o corpo. Lembre-se que alterar a velocidade do exercício não significa acelerar corretamente o seu desenvolvimento. Reduzir a velocidade para aumentar o poder do exercício pode trazer complicações para o seu desenvolvimento se os seus nadhis não estiverem suficientemente preparados para receber aquela "carga" a mais.

A constância é também fundamental. Parar com o exercício por um ou dois dias pode significar ter que praticar mais três ou quatro para recuperar o "ponto" em que você estava, ou seja, você só vai voltar a sentir a energia como sentia, antes de parar pelos dois dias, outros tantos depois. E a falta de sensações e de efeitos, durante o retorno, pode trazer a preguiça e o desânimo.

Outro ponto, igualmente importante: o quanto fazer? Quando você sentir que os exercícios já estão bem memorizados e os movimentos fluem naturalmente, estará na hora certa de aumentar os efeitos da prática:
  • ·         Na Rotação dos Faluns, aumente o número de voltas em cada chacra (ou o tempo que permanece girando), gradualmente, sem forçar e lembrando-se que você ainda precisará de tempo para fazer os outros exercícios;
  • ·         No Esticando a Corda, aumente o tempo de permanência em cada posição;
  • ·         Na Grande Circulação, aumente o número de voltas sobre o corpo;
  • ·         No Despertar do Chacra Único, aumente o número de giros dos braços e o tempo de permanência nas posições iniciais (segurando o Sol);
  • ·         Na Respiração Divina (e nos seguintes), aumente o tempo destinado ao exercício;

Tenha em mente que para aumentar os tempos e voltas dos exercícios você deve ter tempo suficiente para fazê-los sem pressa. Não adianta aumentar o número de voltas nos faluns, mas aumentar demais a velocidade dos giros, pois pode ser que a esta velocidade não haja o resultado adequado. Mais tempo livre pode ser obtido com coisas simples, como acordar mais cedo e ver menos televisão.

Para os iniciantes, recomendamos:
  • ·         Faça a Rotação dos Faluns e domine-a parcialmente, com poucos giros.
  • ·         Acrescente a segunda técnica (Esticando a Corda) e domine-a também parcialmente.
  • ·         A partir daí, acrescente uma a uma as técnicas restantes, até o “Despertar do Chacra Único”.
  • ·         Aumente as quantidades de cada uma delas, gradualmente e de acordo com o que você sente de efeitos.
  • ·         Quando começar a sentir as mudanças em sua vida, adicione as técnicas restantes, uma a uma, gradualmente. É fato que você não vai conseguir extrair muito das três técnicas finais sem ter uma boa experiência nas quatro técnicas iniciais.

Ater-se aos detalhes e aumentar o tempo de uma técnica, sem fazer as outras, não trará um resultado tão bom quanto fazer (bem feito) um pouco de cada e, gradualmente, incrementá-las em detalhes e duração.

Despreocupe-se de querer aumentar as séries após uns quatro meses de prática diária. Conforme os benefícios que você vir surgindo das práticas diárias, quem vai querer (e vai arrumar um jeito de) aumentar as séries será você.

Paciência e persistência!

O que pensar ou o que não pensar durante os exercícios? É preciso mentalizar ou fixar a mente em algo?

Os iniciantes, em geral, não têm a prática de “esvaziar a cabeça” – ou abstrairem-se – como seria interessante para os exercícios. Mas isto não tem tanta importância, uma vez que durante próprio processo de refinamento o praticante vai conseguindo ficar mais e mais tempo com a cabeça livre de problemas e pensamentos, naturalmente.

Se você não tem prática ainda, tente seguir as recomendações abaixo, mas sem transformá-las em “necessidades”:
  • ·         Antes de iniciar os exercícios, coloque-se numa posição confortável, relaxante, com a coluna ereta (mas não rígida), feche os olhos e respire profundamente (sempre pelo nariz) e bem devagar por algum tempo. Enquanto estiver respirando, pense que todos os seus problemas, agitações e até emoções (boas e ruins) estão ficando de lado, como se você ficasse mais leve e mais confortável a cada expiração lenta. Isto vai ajudar você a esvaziar a sua cabeça e possibilitará um maior aproveitamento dos exercícios.
  • ·         Se você estiver com agitação incontrolável, procure pela causa. Nosso dia a dia é muito estressante e a tendência de nosso organismo é acelerar para dar o máximo de si – isto é, o máximo que você exige dele. Dê uns pulinhos, sacuda e jogue os braços, as pernas e a cabeça, para relaxar. Deitar no chão, de pernas e braços um pouco abertos, com os olhos fechados e no escuro (ou com uma venda sobre os olhos), pode ajudar.
  • ·         Se você estiver com fome ou sede demais, beba alguns goles d’água pura, lentamente, ou coma um pedaço de uma fruta pequena, mastigando até que ela vire uma papa líquida, antes de engolir. O ideal seria estar com o sistema digestivo sem tarefas em andamento, portanto evite comer ou beber sucos e vitaminas (água pode) até 1 hora antes do exercício.
  • ·         Se você estiver com problemas, lembre-se que eles vão continuar onde estão e como estão agora, portanto não adianta preocupar-se com eles; Se você pensa que o melhor é resolvê-los neste momento, não perca tempo. Lembre-se apenas de que todos os problemas ficam mais fáceis de serem resolvidos se você vibra em uma freqüência maior, que é o que os exercícios permitem. Não espere, entretanto, que alguns dias de prática já sejam suficientes para acabar com todos os seus problemas, pois os resultados vêm com o tempo e com a constância da prática.
  • ·         Acontecimentos transcorridos ou ainda vindouros não fazem parte do agora. Tudo o que existe é o instante presente, pois do passado obtemos somente a experiência e não há garantias de que sequer haja um futuro. Atenha-se no agora: o que você está sentindo agora? Quais as sensações agora? Onde você está agora? Com quem você está agora? Onde está a sua mão agora?
  • ·         Tente viver a sua história. Pensar na história de outras pessoas ou de personagens de novelas e filmes é viver a vida através de outras pessoas, o que é igual a não viver a sua vida – é a inércia! Cada vez que estiver pensando em algo, pergunte-se: “esta é a minha história?”
  • ·         Músicas repetindo na cabeça são difíceis de se dissipar, mas tente não prestar a atenção a elas e não incentive a continuidade, “tocando-as” de novo e de novo na cabeça. Não adianta perder a paciência se elas vierem à tona novamente ou se alguma outra surgir no lugar da primeira.
  • ·         Evite prender a sua mente a um objeto imaginário ou a uma pessoa, na tentativa de concentrar-se. Prenda-a no agora, prestando a atenção nas sensações que você está sentindo. Depois de um tempo, nem a isto você deverá prender a sua atenção.
  • ·         Enfim, para tirar o máximo proveito dos exercícios, você deve estar bem, em estado relaxado (o máximo possível) e com paciência para percorrer as práticas sem pressa.

Claro que não poderemos ir ao topo de um monte, em uma cabana silenciosa, arejada e deserta todos os dias. O tipo de ambiente que vamos sugerir é o ideal, mas não exatamente o obrigatório. Um ambiente ideal, sem que você saiba retirar o máximo das técnicas, não daria um resultado satisfatório. Mas esforçar-se para retirar o máximo das técnicas em um ambiente que não é o ideal pode, sim, levar você a resultados mais do que satisfatórios. Deste modo, tente conciliar todos os requisitos do ambiente ideal, mas tenha em mente que o seu “ambiente interno” é que deve estar bem.

Prefira:
  • ·         Ambiente arejado, com janelas abertas, sem vento forte. Uma suave brisa, quando agradável em temperatura, pode ser uma boa companhia.
  • ·         Pouca iluminação ajuda na abstração, pois não vai chamar a sua atenção. Como algumas imagens podem se formar em sua retina, devido ao desenvolvimento de algum chacra, o melhor é manter seus sentidos livres de interferências externas.
  • ·         Nenhuma voz, ruído ou música, por mais suave que seja. A música distrai porque mantém a a interpretação auditiva ativa, podendo impedir a abstração. Ambientes totalmente silenciosos são raros, portanto preocupe-se com coisas mais importantes. Basta não se importar com os barulhos – o que no início é difícil, mas logo se tornará automático.
  • ·         Nenhuma poeira, pó ou mofo. Ambientes empoeirados podem causar espirros e alergias, pois os exercícios exigem respirações profundas e ar fresco.
  • ·         Nem frio nem quente demais. O calor em demasia atrapalha, assim como o frio, porque o seu corpo “ativa” um dos sentidos – o tato – e você pode se distrair.
  • ·         Nenhum ou pouco cheiro forte. As respirações profundas podem causar náuseas com cheiros fortes presentes. A padaria da rua, por exemplo, pode lançar “aquele” cheirinho de pão ou de café que pode tirar a sua abstração se o seu corpo estiver acostumado a reagir a eles.
  • ·         Nenhum equipamento ligado próximo a você (uns 2 metros, pelo menos), seja eletrônico – computador, palm-top, som (rádio, CD, fita, etc), televisão, videocassete/DVD e outros – ou elétrico – abajur, ar-condicionado/aquecedor, lâmpada, geladeira/freezer e outros. Tudo que se utiliza da eletricidade cria campos eletromagnéticos que interagem com os nossos campos magnéticos, causando “interferências” em nossos corpos, principalmente durante os exercícios. Também há a possibilidade de você danificar um equipamento eletrônico mais sensível com o seu campo magnético, pois campos magnéticos geram correntes elétricas (eletricidade) em condutores (fios).

Lembre-se: o importante não é o ambiente (embora ele possa facilitar as coisas) – e sim a sua receptividade aos efeitos do exercício.

O refinamento do corpo e das mentes faz-se notório quando se pratica diariamente e com esmero. Os resultados surgem timidamente, no início, como sensações de calor, pequenos arrepios, secura na pele e bem-estar, paz. De acordo com a intoxicação da pessoa, os exercícios podem gerar efeitos bons ou temporariamente ruins. Toda e qualquer energia ruim que entrou, sairá um dia pelos mesmos canais que utilizou para a entrada.

Se a pessoa está pouco intoxicada com energias ruins, poucos serão os “efeitos colaterais” das técnicas. Haverá quase somente benefícios, embora sentimentos que a pessoa nem imaginava ter possam aparecer “do nada” – inclusive cenas violentas de filmes, fatos muito marcantes na vida e outros tantos. O importante é retirar deles a experiência e deixá-los ir embora – para sempre.

Tomemos como exemplo uma emoção forte como a raiva a alguma pessoa: a emoção entrou em você e seu organismo emocional (a mente) ficou esperando que esta informação fosse analisada, compreendida e “eliminada” – mas você não fez isto e ela pode ter ido para o seu inconsciente ou o subconsciente. Com as práticas, estas emoções “escondidas” vão ser liberadas, trazidas à tona. Nesta hora, caberá a você trabalhá-la (de forma a retirar experiência dela) ou eliminá-la (sem importar-se em aprender com ela).

É importante que a pessoa tenha conhecimento de que até emoções que ela não sente mais a muito tempo e que pensava ter superado, transcendido, poderão voltar com força total mais uma única vez mais (na eliminação). Atenha-se a reconhecê-las e procure não gerar mais emoções e apegos desnecessários sobre aquelas que saírem. Aprenda o que tiver que ser aprendido e pronto. Isto acontece porque os exercícios movimentam muitas energias estagnadas ao longo do corpo e da mônada como um todo.

Os sintomas da desintoxicação – náuseas, raiva, medo, solidão, desespero inexplicável, pensamentos, emoções e sentimentos adormecidos – podem, a princípio, parecer assustadores, mas é bom lembrar que, se algo sair de você, é porque um dia entrou – e está lá dentro causando-lhe mal, desnecessariamente. Fazer sair os males seria como “limpar a casa” e começar vida nova. Quem não tem energias ruins presas dentro de si, nada sentirá.

Depois desta fase, as boas sensações vão, certamente, predominar.

Se a pessoa está muito intoxicada com energias ruins, seja por alimentação inadequada (toxinas) ou excessiva ou por estresse emocional acentuado, o trabalho alimentar torna-se um aliado importantíssimo, pois os efeitos de remoção da “crosta” de impurezas, sobre a qual comentamos no início, vão trazer à tona todos os problemas orgânicos e emocionais que estavam “escondidos”. E somente haverá sucesso se o corpo não estiver entorpecido ou intoxicado, ou seja, deverão haver lucidez e saúde consideráveis.

Valem as dicas para a fase de desintoxicação:
  • ·         Evite ocupar os seus sentidos na fase de desintoxicação que a prática proporcionará, ou seja, procure ficar mais só com seus pensamentos, evite músicas, falar muito, pensar em coisas desnecessárias, passar por emoções fortes, proximidade a cheiros fortes ou poluentes (fumaças e químicos). O ideal seria tirar para si um tempo, diariamente, para não fazer nada – nem pensar nas coisas – e tentar sentir o agora, sentir a sua paz interior – todos nós temos paz interior, mas às vezes falta-nos conquistá-la.
  • ·         Mantenha-se longe de notícias de violência, catástrofes e crimes cruéis, sexo desrespeitoso, maledicências (falada ou ouvida) e alimentos de difícil digestão.
  • ·         Embora muitos vejam a televisão como algo que desocupa seus sentidos, ela embota os sentidos do telespectador, impedindo-o de viver a sua vida, prendendo a sua atenção a coisas desnecessárias e, às vezes, desagradáveis. Já notou como é difícil sair da frente da televisão? Prefira o silêncio, a paz.

Entre as “novidades” que podem surgir com a prática estão:
  • ·         A sensação de paz constante.
  • ·         O desinteresse pelas coisas desrespeitosas e sem sentido evolutivo (sem amor, sem paz, sem compaixão, sem verdade, sem justiça, sem sabedoria).
  • ·         O crescimento do amor às pessoas, às coisas simples e a toda a criação.
  • ·         O surgimento de faculdades paranormais (utilize-as como ferramentas para a sua evolução, não como brinquedos ou como objetivos de vida, pois isto poderia atrasar você em várias encarnações – Cuidado!).

Tudo isto acontece porque a energia passa a fluir melhor pela sua mônada, possibilitando que o rio de consciência envolva toda a sua manifestação com as Leis da Vida. Nesta etapa, tudo será possível.

Enquanto você não pegar a prática da duração adequada e do número de repetições ao seu desenvolvimento, contar poderá ser a sua ferramenta mais eficaz.

Na Rotação dos Faluns, por exemplo, contar 36 giros ou mais em cada um dos faluns induz o seu cérebro a marcar uma duração média, de acordo com a velocidade dos giros das mãos.

Uma vez acostumado com o tempo de duração de excitação de cada chacra, você pode tentar um estágio intermediário: contar o número de respirações lentas que você faz enquanto gira as mãos sobre o chacra. Por exemplo: você inspira e expira em 16 segundos, que seria o tempo que você normalmente gasta para girar 8 vezes sobre um chacra (em média; não tome como meta). Deste modo, bastará contar 5 respirações lentas (de 16 segundos) e não as 36 voltas, pois ambas são equivalentes em duração (tempo).

O estágio seguinte seria não mais contar, pois a abstração poderia tornar-se cada vez maior. Contar é necessário, mas é como na história do barco: se você já atravessou o rio, por que carregar o barco nas costas?

Porém, tenha calma. Deixar de contar, pela pressa em fazer “do jeito certo”, pode acarretar em ineficácia do exercício. Tudo tem sua hora certa. Toda escada é formada de vários degraus: suba um por vez.

  • ·         Inspire e expire sempre pelo nariz. A boca deve estar fechada para a passagem do ar.
  • ·         Inspire lentamente, deixando com que o ar entre sem forçar seus pulmões e seus canais respiratórios. Em média, levamos de 6 a 8 segundos para encher os pulmões.
  • ·         Não estufe os pulmões.
  • ·         Não prenda o ar e, se o fizer, que seja breve. Prender o ar pode ser benéfico, mas somente se você sentir que deve prendê-lo e que isto não estará forçando o seu organismo.
  • ·         Expire também lentamente. Em média, levamos de 6 a 8 segundos para esvaziar completamente os pulmões.
  • ·         A maioria de nós inspira pouco ar e expira pouco ar, deixando ar “velho” dentro dos pulmões. Por isto é importante esvaziar por completo os pulmões e enchê-los (quase) por completo, ao longo da prática.
  • ·         Deixe que seu organismo determine como serão as respirações no decorrer dos exercícios, mas procure manter-se sempre em estado relaxado.

É incomum que uma pessoa tenha tempo disponível para praticar os exercícios, principalmente porque não retiramos tempo nem para ficarmos a sós conosco mesmos.

Incomum, porém possível. Quanto tempo você gasta na frente da televisão? Quanto tempo você gasta ouvindo música à toa? Quanto tempo você gasta vendo, ouvindo ou lendo telejornais? Quanto tempo você gasta fazendo a digestão de comidas muito pesadas? Se você é uma pessoa dita “normal”, já economizamos aqui umas 2 horas por dia, pelo menos.

Jornais e telejornais são cheios de maledicências, de notícias ruins, de baixo padrão vibratório. Para manter-se informado do que interessa, basta que você leia o jornal dos domingos, que traz sempre um resumo do mais importante para os cidadãos. Afinal, sempre haverá mortes, roubos, destruição, políticos corruptos, chacinas, reclamações, revoltas, altas e baixas nas bolsas de valores e retaliações internacionais contra países menos privilegiados. Em resumo, você não perde nada. Ao contrário, acabou de ganhar de meia a uma hora no seu dia.

A televisão oferece o que a maioria gosta de ver: violência, sexo explícito e desrespeitoso, caldeirões de vaidade e futilidade; Tudo para que você fique inerte, sem pensar – para que eles pensem por você. Novelas, por exemplo, são um exercício da maledicência e da futilidade, onde personagens são pagos para se movimentar por você – e você passa a viver a vida deles, não a sua. Isto, sem contar com o dispensável bombardeamento do consumismo: as propagandas. Já ganhamos mais umas duas horas, certo?

Mais fácil ainda é acordar mais cedo. Mas “mais” cedo?! Sim, facilmente e sem muito esforço. Controle a sua alimentação, passando a ingerir comidas mais leves; alimente-se durante o dia apenas, encerrando a ingestão de sólidos após as 18 horas. Depois de uns 30 a 40 dias, experimente acordar meia hora mais cedo e resista à tentação de dormir durante o dia. Em alguns dias, seu organismo já estará perfeitamente acostumado ao seu novo horário biológico. Daí em diante, comece a marcar o despertador para cinco minutos a menos a cada 7 ou 15 dias, até ganhar as horas a mais que você precisa. Em experiências com pessoas que optaram por este método, notou-se uma adaptação espontânea e natural do organismo e um ganho de até 4 horas no dia – o que significa mais de 4 mil horas a mais em sua vida a cada 30 anos! A explicação é simples: comidas pesadas e digestão noturna causam o chamado sono metabólico, que demanda muito mais tempo de repouso do que o normal (sono necessário).

E quanto tempo duram os exercícios? Depende do que você almeja alcançar. Os iniciantes fazem 10 minutos por dia, depois somam as próximas técnicas e vão aumentando gradualmente o tempo. Alguns, por verem os resultados excepcionais, passam até algumas horas por dia praticando. Se vale a pena? Só você pode responder a esta pergunta. Faça os exercícios por algum tempo e, se estiverem trazendo resultados interessantes, então continue.

O importante é fazer um pouco a cada dia, sem falhar um, sequer. Faça pouco, mas faça. Faça só uma série ou uma volta no dia que “não der”, mas faça. Não será o seu esforço que trará resultados, mas a sua dedicação.

Sem esforço muscular, definitivamente. O esforço muscular prende os músculos e impede que a energia circule pelos canais (nadhis), invalidando o exercício.

Os movimentos devem ser leves, graciosos, lentos, contínuos e objetivos.

Mantenha sempre as mãos distantes do corpo de dois dedos a meio palmo da parte que está sendo energizada. O que possibilita a boa irradiação energética não é a demasiada proximidade, mas a capacidade de irradiação e a sensibilidade à energia.
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