quarta-feira, 29 de setembro de 2010

Sistema de Expansão Consciencial




Falemos de demônios e de anjos, como aqueles dos desenhos animados. Se a pessoa está a ponto de fazer alguma coisa ruim, vem o demônio e fala: Vai, faz isso, faz! Você vai gostar! Mas vem então o anjo e diz: Não, não faça isso, não! Não faça isso, rapaz! Isso vai te atrapalhar! Aí a pessoa fica indecisa, sem saber se faz a coisa errada ou a certa.
Se aquilo que representa o errado tem predominância sobre a consciência, que se volta mais para a voz dos inferiores em detrimento do respeito às leis cósmicas, a pessoa amarra, cega, ensurdece, neutraliza totalmente a consciência impedindo-a de se manifestar. Com o passar do tempo, seus parâmetros de certo e errado que influenciam suas ações vão se modificando. Muitas vezes, essa pessoa acredita estar fazendo o que a sua consciência manda, mas na verdade quem está mandando é a inconsciência dela.
Aquilo que é só entendimento não é consciência. Aquilo que a pessoa só teoriza, tipo "isto aqui é bom", "isto me agrada e me faz feliz", mesmo que seja um hábito, não é necessariamente um parâmetro de consciência. Mas se a pessoa pensa "eu faço isso, eu sou dependente de determinado vício, de determinado comportamento ou crença, porque tenho elementos que me satisfazem dentro disto", isto é consciência.
Geralmente a pessoa que é adepta do animalismo, o é também do materialismo, sendo raros os casos de pessoas que possuam apenas uma destas características. O materialista é apegado a cada instante de prazer intelectual ou emocional, no entanto ele não fica preso apenas às emoções. Os animalistas exploram mais o seu animalismo do que o apego às coisas materiais. Acreditam que a vida acaba como uma luz que se queima e que não tem mais como recondicionar, que a morte é o fim de tudo. O animalismo é inconseqüente e o materialismo alimenta essa inconseqüência. A pessoa polui porque pensa que aquela poluição vai desaparecer, ou melhor dizendo, vai desaparecer antes que repercuta em sua vida.
Um empresário de uma indústria que polui pode pensar: "Porque iria eu me preocupar com a poluição? Quando vierem as conseqüências, eu já terei morrido! Tudo já terá acabado, e pronto!" Ele não sabe que seu corpo morre mas depois seu espírito vai reencarnar no seio de uma família que mora bem à beira de um rio poluído. Ele não sabe disso, se alguém lhe falasse ele não acreditaria, ele tem medo. E o animalismo lhe incute cada vez mais esse medo de querer acreditar, esse medo de que suas ações podem pesar na sua consciência.
Com a vivência e as conseqüências das ações da pessoa, aquilo que foi inicialmente entendido começa a ser compreendido e ela sofre pelos seus erros. E ao sofrer sente dor e desconforto. Aquilo que antes era prazer agora é dor e desilusão. O que fazer agora? Ela vai tentar descobrir como acertar e vai se educando até o momento em que desamarra sua consciência e a abraça, deixando-a falar dentro da cabeça, dentro da mente. Essa consciência manifesta-se como se fosse um mestre, um sábio, no entanto, enquanto existir entendimentos apenas, estes irão questionar a pessoa, estabelecendo uma dualidade. Essa dualidade vai se manifestando paulatinamente, fazendo com que a pessoa não se sinta tão só, porque sempre vai ter alguém para conversar dentro de si mesma.
É importante não projetarmos nossa atenção somente para fora, mas também para nosso interior. A maioria das pessoas desta civilização não têm o hábito de conversar consigo mesmas. Quando digo conversar, não significa verbalizar externamente, mas sim internamente sem mexer a boca, fazendo a voz cantar interiormente. Mas porque que fazer isso? Cada ação e cada emoção têm uma origem e é essa origem que vai determinar nosso nível de consciência.
Quando determinados padrões comportamentais começam a prevalecer, ao mesmo tempo que a pessoa sintoniza sua mente rumo ao infinito e cria consciência, ela começa a não mais respeitar apenas os parâmetros do animalismo e do materialismo. Uma nova visão da realidade (digamos, o que é mais importante para alguém dentro dos parâmetros efêmeros e eternos) vai sendo incutida nas emoções e nos sentimentos. Observe que dentro do materialismo e do animalismo só existem parâmetros efêmeros, não existem parâmetros eternos.
Muitas pessoas dizem não acreditar que existe vida após esta vida aqui. Muito menos que voltarão a vestir outro corpo de carne. Existem outras que acreditam mas não têm certeza, agindo como se fossem inconscientes. Sua inconsciência aliada à sua indecisão faz com que não se libertem de fato. São pessoas que mascaram sua consciência (é o que se pode chamar de inconsciente reprimido). Reprimir a inconsciência é pior do que ser um inconsciente declarado, porque o inconsciente declarado sabe que é inconsciente e os outros também o sabem. O reprimido não sabe que é inconsciente: os outros sabem e lhe dizem, mas ele não aceita.
De uma maneira interna e espontânea, a pessoa deve começar a vencer suas tendências emocionais e inconseqüentes; é ela enxergar além das cascas, é ela se fundir cada vez mais com a consciência maior da coletividade hierárquica, não apenas com a consciência de alguns poucos bilhões de seres humanos, mas se fundir com a inteligência maior. É a sua consciência entrar em contato direto com outras consciências, senti-las e essas outras consciências serem de vários reinos, não apenas humanos, mas inferiores e superiores a humanos, como os reinos dos animais, dos vegetais e dos minerais; como os reinos dos angélicos e dos arcangélicos; com planetas, sóis, constelações, galáxias e universos!
Quando a pessoa, aqui representando um microcosmo, faz uma ponte de ligação (ou fusão) com o macrocosmo, vários temores e incertezas começam a deixar de existir, porque em cada ato dela sua consciência começa a falar: "melhor isso aqui", "você foi muito áspero", "olha, você foi muito agressivo", "você foi muito egoísta", "você foi muito intolerante". Temos a tendência de querer entorpecer a nossa consciência. Quanto mais animalista ou materialista a pessoa se torna, menos a consciência imortal se manifesta nela, tornando-a cada vez mais densa e solitária.
Quando afirmo que uma consciência pode expandir-se mesmo no animalismo e materialismo, é porque se chega à conclusão de que se é só, de que se nasce só, que se vive só e se morre só. A solidão e as carências acontecem em função da pessoa estar distante de si mesma, em função dela entorpecer a sua consciência. Ela pode até dizer "Ah! Eu compreendo os mistérios mais complicados dos universos, eu sei como os átomos se formam e se desintegram, eu sei sobre tudo, eu compreendo tudo". Aquele que só intelectualiza, que lê um milhão de livros, encheu sua mente, encheu sua memória de teorias, é como alguém que com uma multidão de milhões de pessoas em volta de si se sente totalmente solitário, porque ele compreende, mas não sente aquilo que compreende. Então é como se aquilo que ele compreendesse não existisse, porque sente só o vazio dentro dele. Porque aquilo que ele entende é flutuante, existe e deixa de existir. A inconseqüência do materialismo e do animalismo faz com que uma pessoa destrua aquilo em que acredita.
Diferentemente de entendimento e compreensão, aquilo que se torna consciência é como um mestre que se instalasse dentro da própria pessoa. A partir daí há uma reavaliação dos parâmetros de realidade, apego familiar, apego a bens materiais, apego profissional, apego ao prazer e apego religioso; a pessoa transcende a muitos destes aspectos. Ela poderia até dizer "agora sou universalista, eu pego de tudo um pouco", mas até a isto ela transcende. Ela se torna a própria manifestação da vida e sente. Todos nós somos, mas quando a pessoa sente ela é muito diferente de quem apenas teorizou. A consciência da pessoa é que faz a fusão do ser com o sentir. Se alguém quer expandir sua consciência, deve fortificá-la bem, alimentá-la, colocá-la para "malhar" para que ela se exercite bastante, porque assim ela vai aumentando.
Certa vez alguém que fez uma viagem astral me perguntou: "Aldomon, por que nos mundos mais sutis, em civilizações muito mais avançadas que a nossa, não existe a necessidade de guardas vigiando determinados comportamentos, como o trânsito, ou coisa assim? A gente anda pelas cidades, vê as portas e janelas abertas, as pessoas transitando livremente, não há regras impostas". _ Porque a consciência das pessoas conhece as regras e sabe segui-las. Quando nós aumentamos nossa consciência, aumentamos conseqüentemente nossa maturidade e é isto que vai fazendo a nossa vida se tornar mais luminosa, diria, incandescentemente luminosa.
Num mundo como o nosso, onde bilhões de pessoas são totalmente conduzidas pelo animalismo e o materialismo, é extremamente difícil uma pessoa se libertar disso, mesmo que tente com muito afinco. Porém, se estivesse numa civilização mais avançada, num mundo em que bilhões são conduzidos por bons sentimentos, por uma visão consciencial cósmica, essa pessoa então daria saltos na evolução. Porque se ela conseguiu mostrar mais humanidade aqui, onde tudo direcionava a não conseguir, quando ela for para um lugar onde tudo direciona para conseguir, ela não consegue só 10 por cento, porém muito mais. Por isso, quando alguém está prestes a dar um salto quântico em sua evolução, vem antes para mundos como a terra para aqui, através de vivências, conseguir chegar a um patamar mais elevado.
Cada pessoa tem a sua vida nas mãos. A maioria vive correndo atrás de um emprego melhor, um carro novo, um apartamento maior, e muitas vezes acha que pode "passar a perna" em Deus e o mundo. Ah, eu quero isso, eu quero aquilo. Quer! Ela quer pegar coisas externas e colocar em volta de si. Mas dentro dela, o que ela quer colocar?
O conhecimento intelectual, apenas, de nada adianta, porque muitas pessoas ficam animalizadas pelo intelectualismo e se tornam vaidosas demais por aquilo que sabem. Uma das piores vaidades é a intelectual. A pessoa se julga superior pelo intelectualismo, pelo poder e pela inteligência, sentindo-se superior a tudo e a todos. Não sabe ela que a sua consciência está numa camisa de força, algemada, está dentro de um casulo de aço. Vai ter que fazer muito esforço e derramar muito ácido ali para derreter toda essa carapaça.
Quando tem a noção de que a vida pode ser bem mais que apenas a profissão, bem mais que apenas uma família, bem mais do que os lados afetivo, material e social, a idéia que a pessoa passa a ter deste mudo se transforma. A imagem dos bens terrenos dura pouco mais do que o tempo em que uma folha cai da árvore e vai até o chão. Enquanto está na árvore junto com outras, a gente até consegue ver a folha, mas depois que cai, a ninguém mais interessa. Em nossa vida é a mesma coisa. Entra presidente, sai presidente, entra ministro, sai ministro; com o passar do tempo, as pessoas têm apenas uma vaga lembrança, não mais se importam. Agora, imagine alguém lutar para conseguir algo que é efêmero, fazendo sua consciência toda girar em torno daquilo. Se aquilo desaparece, a consciência também desaparece!
Mas os bens efêmeros também tem seu valor, no momento em que direcionamos nossa consciência para aplicá-los em função de algo eterno em nós. É preciso se ter a consciência de que estamos adquirindo certas coisas, mas que na verdade nada é nosso, é tudo emprestado. Vamos utilizá-las para nosso crescimento interno.
Vamos expandir a nossa consciência. É necessário que nós façamos perguntas internas e tentemos encontrar as respostas. Quem tem respostas para todas as suas perguntas? É difícil! Por que instantaneamente, eu acho muito improvável que alguém tenha as respostas para todas elas. O tempo, as nossas experiências e vivências nos têm dado respostas momentaneamente aceitáveis. Quer dizer que aquilo que temos como certo, daqui a pouco vemos que já não é mais tão certo, que se tornou obsoleto. As regras mudam em alguns casos, em outros apenas se ampliam.
Em dado momento posso me perguntar; "Onde é que a minha consciência está?" Estará ela em algum prazer do paladar, do tato, da visão, da audição, da memória, do corpo em geral? O prazer guiado apenas nestes aspectos é prova de inconsciência. A pessoa que consegue procurar um equilíbrio entre a dor e o prazer, geralmente demonstra um pouco mais de consciência.
Como se comporta esta consciência a nível de várias realidades? Quando uma pessoa começa a descobrir o motivo pelo qual existe, aí ela começa a aplicar de maneira mais direcionada a sua vida. Então, por que nós existimos, o que nós estamos fazendo aqui? De onde viemos e por que viemos? Para onde iremos? O que sabemos é que esta vida é dura, tanto para a pessoa espiritualizada com para a materialista, para todos enfim. Não existe ninguém aqui para quem a vida seja fácil.
Mesmo uma pessoa que pareça ter tudo sob controle, que aos olhos alheios tenha uma vida maravilhosa, na realidade não tem uma vida fácil. O nível de consciência dela é que pode fazê-la ter "recreios". Ela pode de repente conseguir isolar sua mente dos problemas desta realidade aqui. É um descanso momentâneo, para que ela possa juntar forças para voltar e resolver as dificuldades, para que seus problemas sejam solucionados.
Qualquer pessoa pode ligar-se à fonte do conhecimento universal, onde existem respostas para todas as coisas. No entanto, é como o vôo de um pássaro. Se o pássaro estiver carregando muita coisa pesada nas suas costas ele não vai dar conta nem de alçar vôo. Precisa muitas vezes abrir mão dos apegos maiores que se tem na vida para conseguir ascender. Mas, veja bem, quando eu falo deste "abrir mão" não quero dizer que a pessoa deva radicalizar, tipo desfazer-se de tudo que tem e ficar sem nada para não mais ter preocupação. Se agir assim, ela vai ter preocupação novamente. Por isto, é preciso encontrar um ponto de equilíbrio, para que através deste ela possa aprender a utilizar seu intelecto, suas capacidades mentais, emocionais e os conhecimentos de âmbito geral, para a finalidade do auto crescimento, aumentando sua maturidade.
Tenho falado muito sobre projeção astral e projeção mental, mas existe uma manifestação da qual ainda falarei muito no futuro: a projeção consciencial, que permite a pessoa viajar consciencialmente, onde ela consegue expandir sua consciência e fazer uma empatia com as consciências de outras pessoas, ampliando o seu grau de sensação. Um exemplo disso é o amor do grande amigo ou amiga, que mesmo distantes fisicamente conseguem manter acesos os vínculos afetivos, graças ao amor na consciência. A consciência sem amor não tem como se expandir.
A consciência precisa de amor. O amor faz com que uma pessoa sinta a outra mesmo estando longe dela, quer dizer, não precisa estar colada a ela, sente-lhe a vida, sente o seu nível consciencial. Nossa comunicação ainda é muito pobre: normalmente nos expressamos através de sons, de códigos sonoros. No entanto, a consciência se manifesta por vibração. Uma pessoa chega perto de outra e sente a sua consciência, sem que haja necessidade de verbalizar ou decodificar, simplesmente sente a sua vibração.
À medida que vai aumentado o contato com a consciência, a pessoa entra também em contato com a sua própria essência (o seu eu superior interno), com a mônada, através da expansão consciencial. A voz mais ampla manifesta-se em cada pensamento e a pessoa vai deixando de ser fruto de uma personalidade mutante.
Antes que aconteça a transição planetária, as pessoas vão precisar alcançar um nível muito alto de expansão consciencial, o que inclui a transcendência sobre o efêmero. Isto seria realmente grandioso. A pessoa come para se alimentar, mas se tem prazer com a comida, que tenha um prazer sem abuso. Bebida, se prejudica, corte-a. "Ah, mas por que eu deixaria de comer carne? Para me tornar menos animalizado? Todo mundo come! Se eu deixar vou comer o quê, capim?" "E a bebida? Para que vou parar de beber? Um pouquinho só não faz mal para ninguém." Veja bem o que você está buscando na comida ou na bebida. Seria uma fuga ou o quê? Paulatinamente veja, de acordo com a sua força interna, que hábitos você precisa mudar, o que você quer largar ou não. Com muita lucidez, procure certificar-se se estas coisas efêmeras cumprem algum papel em sua vida. Se não cumprem, por que atrapalhar a consciência com manifestações inúteis?.
Se o papel que as coisas efêmeras cumprem vem em função de uma carência, de um vazio, veja a causa real desse vazio e saiba que ainda resta algum tempo para trabalhar em cima disso, antes da coisa ficar ainda mais difícil. É preciso que não se deixe que a solidão umente dentro de cada pessoa, que ela busque agora acordar e ver que não é apenas estando com alguém ou junto com a multidão que vai deixar de estar só. É preciso estar consigo mesma para que a consciência perceba as outras consciências.
O corpo que vestimos aqui não passa de uma casca, porém raros são os momentos em que temos essa certeza. Aquilo que é verdade ou mentira é muito relativo. Cada um de nós tem suas próprias verdades, porém existem algumas verdades que nunca mudam, estas se expandem, já as que mudam não se expandem.
Se algo em nós deixa radicalmente de ser como antes porque se expande, aumenta, intensifica, isso faz com que consigamos não ser o produto do comportamento de milhares de pessoas ou de manipuladores de massas. A maioria de nós somos teleguiados, fazemos coisas que não sabemos porque estamos fazendo, como o impulso de comprar, por exemplo, mesmo quando aquilo que já tenho supre as minhas necessidades, mas eu quero comprar porque o que saiu é novidade, ainda que aquilo não me proporcione vantagem alguma. Se agimos assim, nossa inteligência está sendo manipulada por aqueles que alimentam o materialismo e o animalismo.
Aqueles que alimentam o materialismo e o animalismo não se preocupam se o que fazem é correto, querem apenas nos induzir a fazer o que eles querem. Existe uma hierarquia nisso, podem ter certeza. Há aqueles que são animalistas da base da pirâmide, verdadeiros "coitadinhos" que fazem coisas sem nem saber o porque. Os outros lá de cima são conspiradores, são os que se alimentam dos outros. É como se uma cobrinha fosse engolida por outra maior, e outra maior ainda come aquela maior e assim uma vai se alimentando da outra, da outra e da outra. Para matar a grande cobra, as cobrinhas precisam deixar de ser cobrinhas. Se uma delas acorda, transforma-se num ser humano e as cobras vão morrer de fome. Imagine então as fábricas do vício. Já pensou? No dia em que ninguém mais alimentar-se de vícios, as fábricas irão à falência e as pessoas vão aprender a direcionar suas forças para as coisas positivas.
Cada pessoa manifesta uma realidade bem particular. No entanto, esta é influenciada por outras realidades criadas por outros universos pessoais de seres pertencentes a reinos inferior a reino humano e superior a reino humano. A grande questão é aprender quais regras ou leis coordenam esse sistema de expansão consciencial para podermos aplicá-lo a nosso favor, naturalmente que contra ninguém, mas a favor do crescimento geral.
Através de observação científica podemos analisar uma série de sistemas empregados na expansão consciencial. Há os sistemas que se baseiam na experiência diretamente obtida e outros na indiretamente obtida. Quando uma pessoa vivencia uma manifestação em grupo, sua consciência é constituída por uma síntese da consciência do grupo. Essa síntese pode ser chamada de consciência grupal.
Possuímos muitos níveis conscienciais grupais. Quando nos referimos, por exemplo, ao grupo do animalismo, este preenche as necessidades emocionais, de pensamentos, de sensações e de crenças que cada pessoa desse grupo precisa para alimentar a si mesma e ao grupo. Podemos dizer que no mundo em que vivemos o nível de consciência é, no âmbito geral, o da consciência grupal. Mesmo quem se considera individualista está sendo inconscientemente guiado por essa síntese de consciência grupal. Vamos primeiro analisar aqueles que podem ser guiados conscientemente. Ainda que uma pessoa pense que é dona de si, de seus pensamentos e emoções, ela não o é de maneira alguma. Se alguém tenta mudar um pensamento, isto vai refletir em suas emoções e em suas ações, fazendo mudar suas atitudes perante o grupo ou meio em que ela viva, seja a escola, a família, o trabalho ou outro. Dependendo de suas atitudes, este indivíduo é discriminado negativamente pelo grupo que constitui aquela realidade existencial e que induz o nível consciencial da pessoa a ver apenas dentro de um cercado. Este cercado tem divisões hierárquicas que estimula a pessoa a lutar pela ascensão dentro daquele parâmetro de realidade. É o estímulo dela, é o troféu, aquilo que lhe dá ideal de vida, a razão pelo que viver.
O grupo do animalismo tem características muito interessantes, algumas semelhantes aos grupos da religiosidade, do materialismo e do espiritualismo. Os animalistas pregam, basicamente, a exploração máxima das sensações emocionais e corporais. A razão não é de forma alguma fator predominante nesse grupo indutor de um determinado nível consciencial. Dentro de cada grupo de nível consciencial animalista existem graduações de realidade. Nessa hierarquia, a realidade daquele que está acima é tanto mais animalista quanto mais próxima do topo da pirâmide ele estiver. Tal realidade vai se animalizando mais e mais, a ponto da pessoa ser chamada de animal e considerar isto um elogio. Prosseguindo na análise, se alguém disser: "puxa, você é tão humano", isto será uma ofensa porque, dentro de grupo do animalismo, ser humano, justo e controlado é sinônimo de fraqueza.
Como poderia alguém que pertence a esse grupo mudar a sua consciência? É impossível, não há como mudá-la se continuar a seguir as regras do grupo. Para consegui-lo, mesmo que conviva com pessoas cujos parâmetros de vida sejam animalizados, é necessário que se alcance um patamar bem mais elevado do que as regras contidas na hierarquia do animalismo, tais como o abuso dos cinco sentidos da matéria de maneira inconseqüente.
Nós temos uma série de instintos programados. Esses instintos vêm de nossa origem genética animalizada. O medo da morte (o mais forte), as sensações de prazer animal, de contato animal, de movimentos corporais, tudo isto faz parte dos nossos instintos. A agressividade proposital ou não, para se sobrepor a si mesmo e aos outros, vai fazendo as pessoas serem movidas por propósitos inconseqüentes. Um animal jamais é conseqüente. O ser humano começa a demonstrar comportamentos semelhantes aos dos animais e tais comportamentos vão sendo requintados com a lógica e com a razão, algumas vezes todos presentes na pessoa quando ela, por exemplo, estiver tomada de ira, raiva, preguiça, etc.
Entretanto, não é tão importante continuar a definir agora o que são instintos animalizados. Eu creio que quem está dentro de um corpo de carne e ossos aqui desse mundo já sabe, porque já conviveu com manifestações de teimosia e de explosões emocionais e isso faz com que a pessoa tenha conhecimento de que é seduzida por sensações físicas.
Continuemos a analisar os dois grupos conscienciais que são dos piores: o animalismo e o materialismo. Enquanto os animalistas, que são pura emoção instintiva (não raciocinada, não intelectualizada), exploram ao máximo as sensações corporais de origem corporal, os materialistas exploram as sensações de origem emocional intelectualizada (a fusão da emoção com o intelectualismo) Portanto, é preciso analisar primeiro o princípio emocional antes de deduzir o princípio intelectual de alguém.
Suponhamos um contingente de 10 milhões de pessoas que compõem uma realidade animalizada. Este contingente enorme de pessoas ao alimentar essa realidade obriga todos os que convivem naquele meio a obedecer regras que não são explicitamente impostas: são regras veladas, sutis, que se revelam em determinadas atitudes. Por exemplo, uma pessoa chega e pergunta para a outra: "O que você faz para se divertir?" A pergunta sugere que cada pessoa precisa ter sua fonte de prazer através de uma diversão qualquer, porque é uma regra daquela realidade. Para uns a diversão é o esporte (uma dimensão corporal); para outros a diversão é via oral (falar, comer, beber...). A origem de diversão da pessoa vai desde a alimentação às bebidas. A maioria das pessoas que têm na bebida a sua fonte de prazer, ingerem bebidas alcóolicas, que sabemos acabam alterando de maneira negativa a consciência da pessoa.
O álcool entorpece a consciência, fazendo vir a à tona o lado mais animalizado da pessoa, que passa a alimentar o seu lado mais instintivo, e ela nada faz a esse respeito, porque existem 9.999.999 pessoas incentivando-a agir assim. Então, nesse grupo de 10 milhões, é praticamente impossível uma pessoa atritar com esses padrões de normalidade que foram incutidos por tanta gente. "Se você beber só um pouquinho não vai fazer mal..." A pessoa vai entendendo que enquanto não cair de bêbado o prazer da bebida não atrapalha nada. "Ah, mas eu só bebo socialmente!" "Bebida não me faz mal, porque eu sei beber!" Essas idéias vão sendo alimentadas e a pessoa continua a beber. A princípio ela não bate o carro, não agride ninguém, não faz nada mais drástico, mas é certo que vem a se arrepender depois. Mas não é só a bebida que atrapalha, há também o descontrole da comida, cujo excesso pode levar a pessoa à autodestruição. Esses descontroles afetam a pessoa de forma muito sutil e são contabilizados de maneira quase invisível ao longo de muito tempo. Ela está se tornando mais e mais animalizada e não se dá conta disso! Ela não sabe que está entorpecendo o ser humano que há nela, amarrando, encantoando em algum lugar de seu ser, enquanto que seus animais estão soltos fazendo a maior bagunça, tomando conta de todas as suas ações.
Mesmo que o número de pessoas do grupo de influência seja mil vezes menor, uma pessoa sozinha ainda terá que travar uma batalha sem tréguas para que sua consciência se veja liberta desse cercado que a aprisiona. Só boa vontade não adianta. Só querer não adianta. A pessoa precisa ter como, precisa ter conhecimento para travar uma verdadeira guerra contra a manifestação do animalismo que existe em si mesma e nos outros.
Dizer que o animalismo é incutido apenas exteriormente seria muito fraco. Ele pode ter origem genética, tendo sido programado ao longo de centenas de gerações por quem encarava o animalismo como coisa natural. O próprio espírito (alma) da pessoa vem com esse programa; o meio em que ela vive vem com esse programa - essa classe de animalismo. Poderíamos pensar que tal pessoa jamais chegaria a fazer uma expansão consciencial, pois para isto é preciso ser espiritualista universalista. Mas não! Ela também pode consegui-lo. Como isso seria possível? Ela chega através da síntese ou egrégora animalista da coletividade. Essa egrégora é expansiva, a nível de bairro, cidade, estado, país, continente, globo. O planeta inteiro alimenta determinado nível consciencial. É como se a coletividade gerasse bolinhas, lá em cima. Essas bolinhas controlam a manifestação das pessoas que alimentam essas energias que fluem, que são inteligentes. Essas energias são a síntese das emoções projetadas pelas pessoas; são egrégoras coletivas das emoções e dos pensamentos.
Muitas vezes a pessoa pensa que está fazendo algo cujo pensamento vem dela, que as emoções vêm dela, mas que ingenuidade! Tais emoções e pensamentos vêm daquilo que há milênios e milênios nós criamos – os parâmetros de realidade existenciais coletivos. A pessoa vai precisar aprender a reconhecer quando a sua ligação com os parâmetros inferiores está começando a saturar, e tratar de romper essa ligação. Quando vai chegando a um nível consciencial onde a pessoa vê a sua vida sendo manipulada e se pergunta "Espere aí, porque que eu estou fazendo isso?" Ao ver que já não precisa mais fazer aquilo, ela desperta o raciocínio e a partir desse momento ela vai começar a atritar com as realidades emocionais animalizadas daquele setor. Nesse momento ela vai ver, ainda que inconscientemente, toda aquela egrégora do grupo voltar-se contra ela. Mas é bom que isso aconteça, porque isso vai chocá-la e ela vai ver que aquilo que fez causou repercussão. Ela vai começar a perceber que, se ela é agressiva, existem pessoas ainda mais agressivas que ela, e ela já não quer, não tem como ser mais agressiva que as outras.
Enquanto nós aceitarmos em nosso mundo interno determinado padrão de realidade não temos como mudar. É só a partir da não aceitação de algo que fazemos ou sentimos que podemos mudar, e essa mudança vem paulatinamente, não acontece da noite para o dia. É preciso ir promovendo uma ruptura gradual para que possamos nos libertar daquele programa inteligente que as gerações passadas criaram.
Se de repente todo mundo parasse de fazer determinadas coisas, as criaturas energéticas, psíquicas, que existem no mundo astral e que interferem no inconsciente das pessoas, morreriam de fome; não mais as alimentaríamos e mudaríamos a nossa civilização. Na visão de algumas pessoas, somos tão pequenos que, mesmo que parássemos com certas coisas, o mundo continuaria como antes. Isso não é verdade! Algo está acontecendo para que o mundo se transforme.
A expansão consciencial é provocada quando alguém se vê preso por uma inteligência coletiva inferior e não tem como se libertar das realidades animalistas das quais deseja se livrar. Expandir a consciência é algo como uma sublimação da existência, através da aplicação coerente e conseqüente de certas regras que o animalismo e o materialismo abusam, sobrecarregam, usam de maneira inadequada. Nós precisamos nos educar para que a nossa consciência se expanda.
Vamos ver agora essa consciência em âmbito geral. O animalismo impulsiona a pessoa a acreditar que determinadas coisas são normais. A idéia de normalidade, do comum, vem pela exteriorização da realidade fruto de um conjunto de consciências. Vamos representar numa esfera a mente de alguém e o que é consciência. Para isto vamos dividir a esfera em duas partes: uma que a pessoa credita ser e outra que ela não acredita ser. A primeira diz, por exemplo, "eu acredito que ser vingativo não funciona, porque eu tive experiências concretas, palpáveis, que me ensinaram que quem é vingativo sempre sofre". Essa é uma certeza que se cristalizou dentro dela. Já na outra parte ela é uma pessoa impaciente, mas está fora dela, ela não tem certeza sobre a sua própria impaciência, ela não vivenciou experiências que pudessem sedimentar uma certeza dentro da sua consciência.
Continuemos a analisar a mente da pessoa, pois é na mente que a consciência se manifesta, bem como a inconsciência. Por exemplo, muitas pessoas acham que, por pegar um livro técnico e estudá-lo inteiro, aquilo se tornou consciência. Na verdade aquilo se tornou intelectualismo, não consciência, sem se negar que o intelectualismo também pode oferecer instrumentos para a consciência.
Há uma diferença entre entender e compreender. Compreensão vem como conseqüência de uma vivência pessoal ou de uma empatia com alguma vivência impessoal. Isto quer dizer que nós podemos aprender "por osmose" e temos a capacidade de, através disso, estabelecermos entendimentos e torná-los compreensão.
As variações das deduções sobre "colocar-se no lugar dos outros" são virtualmente infinitas. Ao observar o que outra pessoa está vivenciando , as conseqüências de seus atos, posso fazer associação com algo que já vivi ou que ainda pretendo fazer, e com isto ver onde já errei, evitar novos erros, enfim, concretizar coisas que vão para a consciência.
Muita gente apenas entendeu algo e pensa que compreendeu. Aí é que está o problema. Quando isso acontece uma tremenda confusão é gerada na mente da pessoa, porque ela começa a defender aquela idéia e acaba por colocar sobre seu apenas entendimento uma espécie de "máscara" de compreensão.
Geralmente, as pessoas guiadas pela inteligência grupal inferior apenas entendem, não compreendem. Isso faz com que a pessoa seja direcionada por parâmetros de realidades que são mutantes. O que é que é essa mutação? O simples fato de comentarmos (isso não é tão raro) que algum conhecido já "não é o mesmo de um ano atrás", observando que aquela pessoa "está diferente" significa que houve uma mutação. Ela já não é mais a mesma pessoa, apesar de ser a mesma consciência, o mesmo espírito.
Quando uma pessoa acrescenta consciência à sua vida ela deixa de ser como era, enquanto que a pessoa que apenas tem entendimento (coisa na memória) não muda nada. Alguém pode cometer o mesmo erro mil vezes, mas se esse erro ficar só no campo do entendimento, vai continuar errando sempre. De nada adianta a pessoa só saber que está errando, é necessário ela ter consciência de que está errando. Ao ter essa consciência de que está errando, a idéia vai se cristalizando dentro da mente e mais elementos vão sendo adquiridos para aumentar a nossa força, possibilitando a libertação do controle exercido pelo animalismo e o materialismo.
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