quarta-feira, 24 de novembro de 2010

Qi-OM - 7




Continuação de “O Caminho da Consciência”

Eu quero rever um pouco das técnicas anteriores e dos conceitos e conhecimentos. Em breve as sete técnicas serão passadas, mas é muito importante que o conceito seja apreendido, tão importante como as técnicas; visto que as técnicas tem uma função de refinamento e purificação, no entanto, elas, em si, não proporcionarão a necessária transcendência da mente e da própria mônada. 

O Caminho da Consciência é algo simples. Nós temos uma mônada composta com mentes astrais, mentais, físicas - e geralmente físicas - mas muitos seres têm muitas mentes físicas. Tem seres que reencarnam, simultaneamente, em mais de um corpo físico, esses seres possuem mais de uma mente física. Da mesma forma que é natural nos manifestarmos em mais de um corpo astral, também alguns seres se manifestam em mais de um corpo físico.

Quando nós estamos refinando a nossa mônada, nós possibilitamos que o rio de consciência propague a partir da percepção do EU SOU e passe por toda a nossa mônada, dando-nos plena consciência do que somos e compreendendo e transcendendo a natureza do que nós estamos. De início, tais idéias podem parecer muito abstratas ou até mesmo inconsistentes visto que uma mente - ainda muito contaminada com a natureza dessa cultura e do próprio meio em que nós vivemos - pode não ter a necessária sensibilidade para perceber, para sentir, para compreender o EU SOU.

Como nós falamos na aula anterior, há coisas que não existem mas são. É difícil num mundo conduzido pelo viver, pelo existir, irmos além da própria existência. Mas chegam certos momentos em nossa vida, que todos os referenciais que temos - para evitarmos a dor, o sofrimento, a agonia - não são suficientes. Nesse ponto, nós precisamos ir além de nós mesmos, além do que estamos.  Só que a nossa natureza pode nos restringir ir além do que estamos.

Uma pessoa nasce, herda tendências, possibilidades e limitações. O meio ambiente incute em nós uma cultura que, geralmente, nos restringe mais ainda a percepção do que vai além do corpo, e até mesmo o corpo não é muito sensível para perceber até mesmo as coisas materiais. Quando nos desenvolvemos, nós conseguimos mais resultado, mas esse desenvolvimento não é para se tornar alguma coisa, é simplesmente para descobrir o que nós já somos.

Antigamente, nosso trabalho era direcionado a aprimorar a mente. Agora, ele não mais é  direcionado a aprimorar a mente, ele é direcionado a remover da mente aquilo que bloqueia a percepção de nós mesmos. É para liberar a mente. Liberar ela daquilo que a restringe, a contamina com inconsciência, com ignorância e com paixões desenfreadas e incontroláveis.

O mundo à nossa volta, apesar de sua constante mutação evolutiva, a mudança constante que nós sabemos observar, mas não é o mundo a nossa volta que é responsável pela nossa felicidade. Nós podemos passar por coisas que, num estado de pouca consciência, sofremos; num estado de maior consciência, não sofremos. Alguém que esteja em paz, pleno, feliz, não precisa buscar nenhuma religião, nenhum conhecimento, nenhuma filosofia, nenhuma ciência; não precisa buscar nada, já tem tudo que possui: a consciência de que o que tem não pode ser tirado e o que pode ser dado, é falso. Essa pessoa está no estado de paz completa. Ela recebe a natureza com naturalidade. Quando as coisas estão boas, ela usufrui sem envolvimento, sem ser arrebatada. Quando as coisas estão ruins, ela experimenta sem repulsa, sem revolta e sem ser manipulada pela aparência daquela situação. Vê com outros olhos, outro pensamento, outro sentimento a mesma situação.

Nós precisamos nos refinar um pouquinho mais para compreendermos a natureza à nossa volta. Nossa mente, se estiver muito cheia de coisas perturbadoras, nos tirará a clareza de pensamento necessária para podermos compreender o que está além de nossa própria mente. Quando nós conseguirmos um pouco de refinamento e purificação de nossa mente, nós aceleramos a evolução de nossa natureza e aí, compreendemos porque as coisas são como são. Uma vez compreendendo, não há revolta, não há medo, não há ansiedade, não há preocupação, não há tristeza, não há frustração. Tudo aquilo que assombra a nossa existência aqui é evitado quando nós removemos a ignorância de nossa mente. Só que, para removermos, precisamos compreender certas leis: são os conceitos de refinamento e purificação da mente e transcendência da mente. Esses conceitos, eles são importantes. Os conhecimentos estruturam as técnicas e os conceitos.

Vou dar um exemplo de um conceito - conceito muito importante - não existe aquilo que nós chamamos de livre-arbítrio, existe escolha natural. O ser humano tem um poder de escolha restrito às características de sua natureza. Se nós compreendermos esse conceito aplicado a nós mesmos, à nossa vida, ao nosso dia-a-dia e ao próximo, nós já vamos harmonizar demais a nossa vida, demais mesmo; porque não haverá culpa, não haverá condenação, julgamento. Esse conceito, ele é muito importante.

Outro conceito: leis superiores neutralizam leis inferiores. É um conceito muito importante de assimilarmos, leis da natureza.

Mas vamos para o terceiro conceito, também importante: para estar acima das leis da natureza é preciso transcender a própria natureza. Não existe nada além da natureza. O que que nós chamamos de natureza? Tudo que existe é natureza e é organizado dentro da mente. Veja a mente como uma cidade. Veja as ruas, as casas, como natureza dentro da mente. Existe a micro-mente - a mente do microcosmo - e a mente do macrocosmo. Quando nós queremos ir além da própria natureza, precisamos ir além da mente. Além da mente não existe natureza, na verdade não existe nada, só que esta não-existência não quer dizer que não exista o EU SOU.

Imagine uma coisa que sustenta a existência, sustenta a vida mas não é vivo e nem é existente. É difícil a gente raciocinar, muito difícil. Você fala: “gente, mas como essa pessoa fala uma coisa dessa? Há algo além da própria existência, além da própria vida?” Há. A humanidade da Terra está na fase em que muitos seres podem ir além da própria mente. Esses seres, eles deram um grande salto em sua evolução, mas isso não foi escolha do livre-arbítrio, isso foi escolha natural. Aquele que não estiver no ponto de dar esse grande salto - por mais que tenha acesso aos conhecimentos, aos conceitos e técnicas - não conseguirá fazer.

Toda vez que a gente vai fazer os exercícios, a energia de ignorância que há - os Hindus chamam de energia tamásica: uma energia letárgica, de inércia, de preguiça, de comodismo, de tudo que é imóvel, fechado e escuro, sem luz - ela sabota a prática. E se a natureza da mente em questão não estiver suficientemente refinada, a mente terá a impressão de que tenta levantar um peso maior do que ela suporta. É um peso que está acima dela, ela está querendo levantar para tirar de cima dela. Então, imagine se colocar alguém deitado e colocar uma pedra muito pesada sobre essa pessoa, uma grande pedra e pesada sobre essa pessoa. Ela não vai dar conta de levantar. O tempo desgasta essa pedra. O tempo corrói essa pedra.

Os seres que não estiverem amadurecidos o suficiente, não conseguem ver a pedra num peso que é suportável removê-la de cima. Nós estamos querendo dizer que este método pode ser aplicado por pessoas que sigam qualquer religião, qualquer filosofia, não há restrição de religião. Mas a pessoa que a mente não estiver evoluída o suficiente para começar a aplicar o método, não conseguirá: começa a fazer as técnicas, e a indisciplina vence, a preguiça vence, a inércia vence e aí não obterá resultados. Os resultados, eles vêm como conquista, não como intelecto. Conquista pela prática e a prática não é apenas dos exercícios, é dos conceitos.

Conhecimento teórico nós não praticamos mais. Conceitos que se aplicam ao cotidiano são aplicáveis e o exercício também é aplicável. Não adianta querer, perceber e compreender algo mais do que sua capacidade momentânea lhe permite, se frustrará ao não compreender; mesmo porque, lógica só funciona dentro da mente. Coisas referentes a fora da mente, lógica não trabalha com essas coisas, só trabalha sentimento. Sentir Deus é uma conquista. Sentir você mesmo é uma conquista. É uma conquista não do intelecto, mas do coração, do amor. O amor é o componente fundamental. Quem não tiver amor, não consegue nada.

A nossa próxima técnica – não hoje, na próxima aula possivelmente passemos à próxima técnica – chama-se “O Despertar do Chakra Único”. É a quarta e última técnica de refinamento do corpo. As demais três técnicas que compõem as sete técnicas do “Caminho da Consciência” , as três técnicas finais, elas são para refinar a mente descondensada ou pensamento, sentimento e energia sutis. As quatro técnicas iniciais visam refinar a mente condensada. Eu não digo refinar o corpo físico, porque ela não se restringe apenas ao corpo físico. Nós estamos fazendo um trabalho de refinamento e purificação de nossa mônada.

A mônada é um conjunto de mentes ou de corpos. A mônada é composta de corpo físico, astral, mental. Nós estamos refinando a mônada. Quando se faz o exercício, o seu espírito - chamado espírito por alguns ou corpo astral ou perispírito ou psicossoma, não importa que nome dê – ele estará sendo refinado também. Quando você sonhar sonhos lúcidos – chamadas projeções astrais – você perceberá que estará todo poderoso lá do outro lado. Você não vai mais volitar, você vai pensar e estar no outro lugar sim, porque? Porque aquilo que fazia inércia, que fazia você se arrastar em volitações curtas, não existirá mais. Você criará energias novas, de alta frequência vibratória. Você terá uma percepção da realidade muito maior fora do corpo do que tinha antes. A mente ficará mais clara, lúcida, consciente.
Por isso, não pense que esse trabalho que nós estamos fazendo - de refinamento, purificação e  transcendência da mente – restringe-se apenas à mente física, a mente que compõe também esse corpo - que é composta também desse corpo - nós estamos trabalhando a mônada. É conquista para todas as encarnações futuras isso que nós estamos fazendo aqui, é um tesouro eterno. É algo que não tem preço. Eu costumo falar para os meus alunos do curso nível 2 – o curso do nível 2 é pago financeiramente – que eles não pagam o curso, porque o curso não tem preço. Eles pagam é minha moradia, meu transporte, é isso que eles estão pagando.

Não tem como você colocar preço em evolução. Você põe preço naquilo que é produto da matéria. Você não põe preço naquilo que é produto do espírito, da evolução, não dá para se colocar. É mais difícil do que uma obra de arte, que é única e, muitas vezes, de um artista que já morreu. Você não tem como estimar quanto aquilo ali vale porque não se tem preço. Quando você entra em harmonia com o Cosmo, a roda da lei é criada em você e você entra em completa harmonia com o movimento da vida, isto não tem preço.

Quando você consegue ir além da própria natureza  e sentir e perceber o seu EU SOU - que é o sol único que brilha e sustenta a vida de todos aqueles que vivem, isto não tem preço. Esta cultura capitalista sem alma, costuma querer colocar preço em tudo, nisto não tem como pôr preço; porque isto vai muito além da nossa cultura, muito além desse corpo. Isso opera a criação e dissolução dos mundos, isso vai além dos próprios mundos.

Sidarta, Gautama, Krishina, Jesus - e outros tantos Iluminados - vieram nos ensinar a entrar em paz com a natureza através do amor, nos harmonizarmos uns com os outros pelo amor, pela justiça; outros, pela sabedoria e isso tudo para estarmos em paz com a natureza. E outros, esses mesmos seres - também a um nível mais esotérico, mais profundo - nos ensinaram a transcender a própria natureza, a própria vida, a própria morte. Está na era de despertarmos, está na época certa.

Nossa cultura não sobrevive mais na época atual. A consciência está despertando. Chegou o momento de uma nova cultura ser implantada. Uma cultura que venha através da expansão da consciência, onde cada um não precisará ter regras impostas; a consciência irá, naturalmente, obedecer as regras da natureza, as leis da natureza. Nossa cultura atual nos obriga, muitas vezes, a nos escravizarmos a uma burocracia, que torna uma vida leve extremamente pesada.

Viver é muito fácil. Olhe os pássaros: cada um tem a sua casa, não paga aluguel nem tem que ficar fazendo empréstimo na Caixa e pagar o resto da vida e não se apegam também a seus galhos não: ficou quente aqui, eles voam para um lugar que o clima está ameno; ficou frio, voam para outro lugar que o clima ficou ameno. Eles são seres tão pouco inteligentes, comparados com o ser humano; tão pouco conscientes, comparados com o ser humano, mas ao mesmo tempo aquilo que nos eleva, nos escraviza: nossa inteligência, nossa complexidade, enquanto ela não entra em harmonia com as leis da vida.

Precisamos nos libertar desses condicionamentos culturais, porque senão, seremos como estamos sendo: reféns do medo. Já imaginou você acordar, respirar, encher o pulmão de ar e pensar: “Meu Deus, como é bom viver! Como é bom estar aqui! Como é bom compreender o porque de tudo! Como é bom não ter dúvida sobre nada! Como é bom aceitar aquilo que vem com naturalidade, sem expectativa! Como é bom exteriorizar minha natureza e percebê-la se refinando e evoluindo, tornando-se cada vez mais harmônica com a própria vida!” Qualquer conhecimento diante disso se torna ofuscado pela luz que a consciência, que o amor, que o bem-estar - bem fundamentados - produzem em nós, tudo é ofuscado.

Não existe mais essa coisa de certo e de errado. De quem está com a razão e de quem não está com a razão. Isso é tudo coisa da ignorância, quando a gente começa querer argumentar com o outro “ah não, o que eu sei é melhor do que o que você sabe”. Só faz isso quem ainda está muito imerso na ilusão, na ignorância. Nós já somos maravilhosos, nós já somos plenos, nós já somos tudo; só precisamos descobrir que somos multi-trilionários, espiritualmente falando.

Quando nós acordarmos com esse estado de espírito, com certeza, não iremos mais querer dormir e aí, nunca mais dormiremos. A gente dorme é porque a gente não suporta a dor. Na verdade, a gente não dorme, a gente desmaia toda noite. Durante o dia, a desarmonia é tamanha que a gente fala: “Meu Deus do céu, chegue logo a noite, não aguento mais, meu corpo está um bagaço, estou moído”.

Tem muita gente que vai dormir e diz: “tô moído”. Se não dormir, desagrega-se a mente. É, a gente dorme porque a mente está com tanta desarmonia, que se a gente não dormir, ela desagrega-se, se ela desagregar a pessoa morre. É, a pessoa, se estiver em desarmonia e não dormir, ela morre. Claro, pode-se ficar uma noite ou outra sem dormir, mas vai acumulando, depois de muitas noites ela morre. A mente dela não consegue se manter por causa da desarmonia.

Quando a mente começa a ficar em completa harmonia com as leis da vida, com a natureza, não precisa dormir. Só que, somente os mais evoluídos conseguem isso. Os animais não conseguem porque - apesar deles estarem, em algum caso, mais em harmonia do que muitos seres humanos - eles não tem a completa harmonia porque eles não têm todas as leis neles, as leis da natureza, eles têm algumas. O ser humano pode alcançar um número tal de leis em si mesmo - em sua mônada e mente - que gera uma harmonia tal que não precisa mais fugir, porque não existe dor, não existe medo, não existe agonia, não existe sofrimento; tudo isso acaba e aí não se quer mais dormir.

Dormir é um desmaio controlado pela natureza. Quando alguém é atropelado, por exemplo, ou sofre um impacto que se fere e a dor é muito grande, ela desmaia, ela não suporta; se ela não desmaiar, ela pode até morrer. Então, é um mecanismo de defesa do corpo, fazer a gente desmaiar para não morrer, porque a dor muitas vezes é insuportável. Graças a Deus que a gente desmaia, né? Que existe sono. Muitas vezes a pessoa está muito triste e ela vive dormindo, porque está muito triste.

Por isso, ao colocarmos nossa natureza em harmonia com a própria natureza externa, em harmonia com o movimento da vida, que são as leis da natureza, nós ficamos em paz. Ficamos em paz não é porque temos um carro ou uma casa ou porque as pessoas nos agradam, não. Ficamos em paz porque compreendemos a perfeição da vida, o amor da vida, a eternidade do EU SOU, a não-existência do EU SOU - mas ele é. Podemos chamar esse EU SOU de Deus, só que ele não é Deus apenas desse mundo, então, ele não é como deuses desse mundo. Ele é o Deus único, que sustenta tudo. É o Deus de Abraão - (risos) como o pessoal lá da Bíblia antiga falava -  é o Deus único, é o mesmo Deus, é o que está além da própria criação.
Quando a gente começa a ir além de nós mesmos, nós percebemos que nós somos um e uma vez que a gente percebe que nós somos um, a gente começa a poder se refugiar no estado de paz. Quando a gente perde alguma coisa, geralmente a gente sofre porque a gente pensa que perdeu alguma coisa; mas quando a gente começa a dizer que o que realmente somos é o que não pode ser perdido, nós nunca perdemos alguma coisa, nunca. A natureza está em constante movimento, é impossível deter o movimento da natureza.

Esse movimento significa que constrói/destrói, constrói/destrói, constrói/destrói, constrói/destrói. Entre construir e destruir se mantém, por um breve momento, aquilo que foi construído e aquilo que será destruído. Se nós recebermos bem estas leis, a gente vive em paz. Então, de repente, imagine assim: existe aquilo que a sua natureza pode mudar e existe aquilo que você não pode mudar, nem em você e nem fora de você. Se você teimar, tentando mudar aquilo que você não pode mudar, você gera sofrimento para você e para aqueles que estão à sua volta.  Por isso, é necessário aprendermos a aceitar as coisas quando nós não temos o poder de mudá-las harmoniosamente.

Como é que seria mudar harmoniosamente? Mudar sem forçar. Precisamos aprender a viver sem fazer força. É um pouco difícil de compreender esse conceito, “viver sem fazer força” . Não estou dizendo que aí é uma vida fácil não, não existe tal coisa, de difícil ou de fácil. Toda vez que nós forçamos estamos, sem perceber, desrespeitando leis da vida. Tudo na vida precisa fluir naturalmente, sem ser forçado. Você se dedica, você se aplica, você se aprimora, você tem determinação, persistência, mas não pode forçar. Esse ponto de equilíbrio vem só quando a mente se refina a um determinado nível: quando você não faz força para nada.

Mas não quer dizer que você senta e espera as coisas acontecerem, você continua fazendo acontecer, mas você faz acontecer sem se violar e sem violar os outros. Quando a gente faz força, a gente viola. Se você vai em um lugar e uma porta está trancada, você não deve pegar um pé-de-cabra e abri-la, ela está trancada por algum motivo. E se você não tem a chave, você não tem o direito de abri-la. Muitas pessoas tentam forçá-la, abrem ela à força, mas a pessoa não é digna de abri-la. Essa falta de dignidade de abri-la produz uma desarmonia muito grande na vida da pessoa, é aquilo que a gente chama de carma.

Por isso a gente vê a pessoa sofrendo por problemas de saúde, por problemas materiais, financeiros, por problemas sociais, familiares, porque tem forçado demais a vida, não deve forçar. Se você vai fazer uma caminhada, se você forçar demais as pernas, de início dói, depois dói muito, depois dói a um ponto que se torna insuportável e a pessoa cai sem poder andar, nem para poder procurar um lugar mais tranqüilo para repousar; porque ela forçou demais as pernas. É tão lógico também não forçarmos demais a vida, em qualquer sentido.

Quando você percebe – eu não estou dizendo, como nós falamos, não existe facilidade nem dificuldade, mas muitas vezes tudo está dando indicio que a gente não deve fazer aquilo e a gente vai e faz, a teimosia gera muito atrito com as leis da vida, precisa ser evitada. Nada é difícil, nada é fácil, tudo é conseqüência natural do nosso estágio evolutivo. E o estágio evolutivo é uma característica de uma mente que tem um momento de surgimento nesse mundo e de desaparecer desse mundo.
Nós precisamos descobrir qual o nosso nível evolutivo, quais as características de nossa evolução e procurar seguir tais características e aceitar a mudança.

As técnicas que nós passamos são para ajudar a acelerar a evolução da mente. Uma mente, quando primitiva, ela é muito suja, ela é muito bloqueada, ela é muito inerte. Quanto mais evolui, mais a mente se limpa e se movimenta. Mas o movimento flui harmônico, sem ansiedade, sem preocupação e sem pretensão. Nós temos muita pretensão, geralmente em nossa cultura. As pessoas têm pretensão de fazer isso, pretensão de fazer aquilo, de fazer aquilo outro; isso tudo escraviza a mente. A maior parte das mentes dos seres encarnados está completamente escravizada pelo desejo de fazer ou de não fazer alguma coisa, as pretensões.

Quando nós começamos a refinar a mente, esse conceito se incorpora à mente: despretensão. Mas o que seria despretensão? Quando um pé de manga dá manga, ele não deu manga por pretensão de dar manga. É porque ele era um pé de manga, então, pé de manga dá manga; é uma lei da natureza produzir manga. Agora, é pretensão de um pé de manga produzir abacate, goiaba. Então, muitas vezes a gente deseja fazer algo contrário a nossa natureza e aí a gente se torna infeliz.

Nossa natureza está em constante evolução e mudança, quer dizer que aquilo que nós fazemos também muda, mas deixa a mudança do que nós fazemos, ser uma conseqüência natural da mudança da natureza da nossa mente. Então, imagine uma pessoa que tem um vício, ela luta luta para vencer aquele vício e não consegue, se torna mais infeliz ainda do que a infelicidade que o vício já causa para ela. É infelicidade multiplicada: é a infelicidade que o vício provoca, a infelicidade de não conseguir largar o vício e a infelicidade de reprimir o vício. Deixa apenas uma infelicidade: a do vício.

Quando a mente estiver evoluída o suficiente, a pessoa simplesmente não sentirá mais vontade, ela não fará força para largar o vício, ela não vai sentir mais vontade. Ela fala “não”, de repente ela abre e “não, isso está fazendo uma coisa muito ruim comigo, não quero mais isso não”. De início, o corpo dela está quimicamente ainda dependente daquilo, se ela conseguir refinar o corpo também - não só a mente descondensada mas a mente condensada, tudo ao mesmo tempo -, nem dificuldade ela vai sentir de largar, ela naturalmente larga.
  
Tomara que todos tenham compreendido porque eu falei que não se deve forçar, porque a evolução ela precisa acontecer naturalmente. Quando nós falamos que vamos acelerar a evolução, não quer dizer que isso não é previsto na natureza, isso é previsto na natureza.  Há uma fase na evolução em que a natureza se refina lentamente, tem outra fase em que há a possibilidade dela se refinar rapidamente. Se alguém aqui estiver com a sua mente na fase evolutiva que pode ser refinada rapidamente, esses conceitos, conhecimentos e técnicas se tornarão o veículo, pelo qual, sua evolução poderá ser acelerada bruscamente; isso é previsto na natureza, isso não é artificial, isto é natural.

Não se force superar seus limites. Não se deve exigir que um jacaré... pô, eu sempre imagino a cena porque no astral existe assim, um surrealismo muito grande e, eventualmente, a gente vê alguns espíritos humanos com formas de animais fazendo coisas muito engraçadas fora do corpo. Uma das coisas engraçadas é um jacaré pular do barranco tentando pegar vôo.  Lá no astral isso, em algumas circunstâncias, ocorre.
Em questão, o jacaré é um ser humano, cujo primitivismo mental fez plasmar o corpo astral na forma de um jacaré. Um jacaré não pode pegar vôo, ele tem que deixar antes de ser um jacaré para poder pegar vôo. Se você tenta ir contra a sua natureza, você vai estar forçando uma coisa que não precisava estar sendo forçada e vai perder tempo.

Você pode obter os mesmos resultados tranqüilamente ou obter resultados penosamente, a escolha é sua. Refine sua natureza, purifique sua natureza, que as conseqüências do auto-aprimoramento de se tornar melhor, vão vir através da sua natureza e não de você pensar “eu quero fazer isso mas eu sou muito primitivo para fazer isso mas eu vou tentar fazer”. E aí, vai viver violando a própria natureza.

Então, a gente fala para não forçar para não violar, porque violência é violar a natureza. Quando alguém chega e agride outra pessoa - machuca, mata, rouba e faz coisas terríveis - essa pessoa está violando a natureza dela e a natureza da outra pessoa. Isso é a violência, violar a natureza, violar as leis da natureza. E uma pessoa só viola se forçar, por isso, evite essa coisa de se esforçar, é um caminho desarmônico.

Eu não estou dizendo para se acomodar. Você já imaginou, um lavrador escutou a palestra e falou: “O Aldomon falou que a gente não deve se esforçar, fazer força”. Então, ele vai levantar a enxada: “Nossa, mas essa enxada está muito pesada! Se ele falou que não é para forçar, então eu não devo capinar. Então, eu vou deixar a enxada aqui, vou para casa ficar na rede, que alguma coisa boa vai acontecer”. E o que eu falei não foi bem isso.

Se ele precisa capinar, ele deve se tornar mais poderoso para levantar a enxada, sem a enxada parecer um trator. Então, ele precisa o que? Remover a preguiça do corpo dele, a inércia do corpo dele, a letargia, a fraqueza do corpo dele para ele pegar a enxada e não sentir que a enxada é um peso; aí ele não vai estar forçando. Nós precisamos nos dedicar a refinar a nossa mente, ao invés de usar uma mente grosseira, primitiva para fazer o trabalho de uma mente mais evoluída.

A vida não é difícil, difícil é a gente tentar ir contra as leis da vida. Imagine o grão de milho lutando contra a roda do moinho. Ele não vai conseguir, ele vai virar farelo mesmo, vai virar só pozinho de milho, vai virar fubá. Nós precisamos ficar em cima da roda, não embaixo da roda, mas para isso, esse convite de expansão da consciência, ele é feito tranqüilamente, porque não tem expectativa aqui que ninguém evolua, porque eu sei que a evolução tem o seu próprio ritmo.

O que a gente faz é mostrar o caminho para a evolução da mente. Então, de repente, você pára e pensa: “Pôxa, o Aldomon está passando umas técnicas que dão muito trabalho fazer”. Não dá não. Quando a mente ainda está muito cheia de energia de inércia, é trabalhoso, mas comece um pouquinho, esse pouquinho vai removendo a energia suja da mente e a leveza vai fluindo naturalmente. “Ah, eu trabalho demais, não tenho tempo”, alguém pode levantar essa questão, “Eu não tenho tempo para praticar”.

Deixe de assistir televisão, deixe de ficar muito tempo no telefone batendo papo, deixe de ficar indo a lugares inúteis. Que muitas vezes a pessoa, ela vai dez horas da noite para uma festinha e volta, muitas vezes, duas da manhã, e tem que trabalhar, e tem que levantar 6, 7 horas no dia seguinte; mas ela não gasta de dez horas da noite até meia noite, fazendo as técnicas para evoluir o próprio espírito.
Porque a natureza dela ainda é sintonizada com essa freqüência de festinhas, de falar inutilidades, banalidades, vulgaridades e, em alguns casos, até bestialidades; porque a nossa cultura estimula isso. Uma parede feita de tijolos terá a característica dos tijolos. Uma mente feita de imagens, sons, palavras, pensamentos, emoções, sensações, atitudes, terá as características dessas atitudes, desses pensamentos, desses sentimentos. E essas características poderão restringir ou expandir a manifestação dessa pessoa em questão.

Quando nós desejamos agir de maneira diferente, precisamos mudar a composição daquilo de que nós somos feitos. A evolução da consciência é científica, não existe fé, não preciso ter fé. Eu não estou pedindo que ninguém tenha fé para refinar a mente. A fé, ela é usada para transcender a mente, não para refinar. Quando chegar na fase de transcender a mente, aí vai precisar ter fé. Mas quem tiver refinado a mente, terá evoluído a natureza de maneira tal, que terá naturalmente fé; não terá que forçar a barra em si mesmo para ter fé.

A fé virá, é uma conseqüência natural. Por isso, se você quer perceber a realidade diferente, sintonize a sua mente com uma realidade maior, porque nós somos o que escutamos. A matéria-prima da mente – o que escuta, o que vê, o que pensa, o que sente, o que fala, o que faz, a característica da comida que comemos, do chão que pisamos, do ambiente, das pessoas a nossa volta, nós nos comemos com os ouvidos, com os olhos e tiramos pedaços dos outros e compomos a nós mesmos e damos pedaços de nós para os outros se comporem – é disso que a nossa mente é feita.

Por isso, esse aparelho com aparência ingênua, quando ligado, pode fazer a nossa parede se transformar numa parede – não de tijolos mas – de uma coisa um pouco mais mal cheirosa, chamada televisão. Cuidado! A televisão manipula as massas, cuidado!

Hoje em dia os seres humanos são teleguiados. Muita cautela com o que aparece ali. Você pensa que não, mas você come o que aparece ali, você veste o que aparece ali, você mora no que aparece ali, o carro que você tem, é do que aparece ali. A realidade sua é construída a partir do que aparece ali. Selecione o que aparece ali para compor a sua realidade. O aparelho em si, é inofensivo, a questão é o que as mentes – e travas de sua própria ignorância - colocam ali para manipular outras mentes desavisadas.

Você não conseguirá refinar a sua mente, se você for completamente escravo dessa cultura. Nossa cultura atual é muito primitiva, é muito inconsciente. A gente consegue construir máquinas, vestir roupas, construir prédios, mas a gente ainda não sabe uma aplicação amorosa, justa e sábia para tudo isso que a gente faz. E aí, a gente acaba fazendo besteira e muita. Quer perceber aquilo que até agora você não percebeu? Componha a sua mente com a matéria-prima mais nobre, de melhor qualidade e aí, você vai poder apresentar uma percepção mais ampla sobre a sua realidade e a realidade coletiva em que você vive. Isso que eu estou falando, eu não aprendi em livros, isso eu aprendi na prática; convivência não só dessa encarnação, mas muitas.

Essa conquista que vocês fizeram agora com a sua mente, na próxima encarnação, quando você voltar, você pode não se lembrar das suas vidas passadas, mas você vai ter a maturidade evolutiva que a sua mente conquistou. Lembranças são ilusões também. São impressões que determinada mente guarda por algum tempo, mas essas impressões são falsas.
Passado e futuro são uma grande ilusão, o presente é verdadeiro. Não se apegue a quem você foi, você não é mais. Não se apegue a quem você será, porque você já é. Por isso, quando conseguimos refinar a natureza, vamos além da própria natureza e além da natureza não existe tempo; o tempo existe dentro da mente e dentro da natureza. Você quer se restringir a essa cultura? A escolha é sua e de acordo com o seu grau evolutivo. Eu não digo livre-arbítrio, porque? Porque você só vai escolher de acordo com seu grau evolutivo, você não tem como escolher algo incompatível com seu grau evolutivo, com sua natureza naquele momento.

Só que o problema é: a nossa cultura, ela vai ruir, já começa. Se você seguir por essa cultura, você vai junto para o buraco. Se você for junto para o buraco, não se preocupe, esse buraco é igual um  canteiro de horta: você será adubo, um dia alguma coisa boa vai sair de você. Ninguém come estrume de vaca, mas quando se coloca ele na horta - e se faz um tomate, se faz uma hortaliça - a pessoa come a hortaliça; mas a hortaliça nada mais é do que o  adubo de vaca transformado em outra coisa, junto com outros elementos ali.

Não é interessante isso sobre a evolução? Uma coisa que é desagradável numa fase, em outra é por demais agradável e é a mesma coisa transformada. Por isso, se não conseguir mudar agora também – como diz lá no Nordeste – “não se aperreie não”. Eu vi numa camisa uma coisa tão engraçada esses dias... nos Estados Unidos tem “no stress”, uma coisa bem brasileira “no aperreie-se”. Não se aperreie, não se estresse com essas coisas não.

“Ih, eu não consigo ir agora, a onda vai me pegar”, abra os braços e deixa vir, isso é receber com naturalidade quando a gente se conscientiza. Um ser muito consciente, ele chega a ser engraçado. Porque engraçado? Imagine assim: uma pessoa, ela conseguiu refinar a sua mente o suficiente para transcendê-la, mas não para mudá-la ao ponto de ganhar grande liberdade. Aí, um marginal aponta uma arma e fala “vou te matar”, aí a pessoa fala “então a única coisa que eu posso fazer é morrer”, isso é receber com tranqüilidade as coisas.

Alguém pode falar “ah, isso é comodismo”, não. Comodismo é quando você pode tornar uma coisa melhor e você não torna, isso é comodismo. Agora, quando está além do seu poder mudar aquela situação, procura vê-la pelo lado bom, pelo lado da justiça e do amor envolvidos naquilo ali. É, isso acontece, fazer o que? Aceitar. Quando você faz isso, você não atrita com nada e nada atrita com você e você vive maravilhosamente bem... muito bem.

Mas quem não deixa fazer isso? A ignorância e as paixões. Muitas vezes você quer tanto uma coisa - que você se arrebenta todo para ter aquilo - e finalmente você tem, mas não sobrou nada de você, você ficou pelo caminho, aos pedaços. Adianta alguma coisa? Não adianta. É igual algumas pessoas que trabalham numa coisa que não gostam só para ganhar dinheiro, aí compram a casona, o carrão, muito dinheiro no banco mas vivem deprimidas, pensando em se matar. Era muito melhor andar de ônibus – mesmo com o mal cheiro do trabalhador suado no final do dia - mas feliz. Feliz porque? Porque não está violando a natureza, porque faz alguma coisa que gosta, isso é muito importante. Você acha que a sua liberdade, ela vai cair do céu algum dia? Ela é conquistada. Liberdade de ser feliz é conquistada. Mas a conquista vem aos poucos. Se ela vier assim, é porque você já conquistou em outras vidas.
Geralmente, vem gradativamente. Se você seguir o caminho adequado, ela vai vir muito mais rápido do que como estava vindo. Imagine, a vida não é difícil mas ela pode ser uma máquina complexa. Se alguém, que sabe operar essa máquina, chega e te ensina, rapidamente você aprende e opera. Agora, se alguém que não sabe operar, te ensina, os dois vão ficar ali pelejando com ela o resto da vida. Depois de quebrá-la um pouco, podem até conseguir colocá-la funcionando  inadequadamente. Com isso, ao invés de aprender de maneira empírica, se permita seguir a orientação daqueles que já estão mais harmonizados com a vida, sabendo que a cada dia um aprendizado mais rápido refina mais rapidamente e a felicidade se torna mais próxima.

É importante não se sentir incomodado com nada na vida. É importante não se revoltar com nada, não se entristecer com nada. Não guardar mágoa de ninguém, não se ofender com ninguém, nem com você mesmo, isso também é muito importante. Muitas vezes a gente põe na cabeça – é bem típico de quem está se dedicando à evolução – ser muito severo consigo mesmo, isso não é bom. Não seja tão severo com você mesmo, se perdoe, não se ofenda com você mesmo, veja tudo como um processo natural. Se dedique àquilo que você acredita que é certo, mas quando não conseguir, aceita. É falta de humildade ser perfeccionista, ao ponto de ficar magoado com você mesmo. Humildade é um sentimento muito importante para se purificar a mente, não é nem pelo sentimento de refinamento da mente, é sentimento de purificação da mente.  

As técnicas que nós temos passado aqui, são técnicas que, no início só, geram alguns efeitos colaterais. Eu vou falar um pouco sobre esses efeitos colaterais. Quando o corpo está muito bloqueado... imagine... eu vou fazer uma imagem metafórica do bloqueio no corpo: a mente é como uma casa, geralmente, uma casa muito grande, é uma casa com milhares de cômodos. Não é como essas casas que a gente mora não, que tem poucos, é uma casa com milhares de cômodos. É uma casa tão grande e tão cheia de gente, mas imagine que essa casa estava muito perturbada e você quis pôr ordem na casa e aí você disse - em alto e bom som, num grito, esbravejando - dentro da casa: “Saiam todos aqueles que estão me perturbando daqui, eu não quero. Todos aqueles que não entrarem em disciplina com a ordem da casa, que saiam daqui. Não vão mais poder ficar aqui”.

Eram muitos os desordeiros mas eles estavam muito bem distribuídos dentro da casa, nos vários cômodos. Mas imaginem que não existissem muitas portas de saída nem de entrada na casa em questão (na mente). Vamos chamar essas portas de sentidos corpóreos: a pele, os olhos, a boca, os ouvidos, intestinos, bexiga, os próprios ossos, a musculatura. Quando você fala para todo mundo sair e eles começam a sair -  são expulsos muito bruscamente - há um congestionamento, um tumulto nas portas e aí, você começa a perceber um número assustador de distúrbios, que estavam homogeneamente distribuídos.

Eles começam a sair muito rapidamente por poucas partes do seu corpo e aí, você tem a impressão de que o seu corpo está ficando ruim. E aí, você fala “pôxa, mas eu comecei a fazer uma coisa que diz que é para melhorar o meu corpo mas eu estou sentindo coisa ruim, que coisa estranha, né?” Aí você pode falar “ah, não, vou parar com isso porque eu estou sentindo mal-estar”. Aí quando você fala “não, não, era brincadeira, todo mundo pode voltar”, aí ele diz “ah, então que bom, muito bom, eu tava fazendo um negócio importante. Deixa eu ir lá fazer de novo”.
Aí vai todo mundo novamente e voltam para os seus esconderijos e aí, tudo se normaliza. Como alguns saíram, você fica até um pouco melhor do que estava antes, e aí você pensa “é, de fato, eu parei e melhorei tanto, até mais do que eu estava antes”. 
Por isso, esteja disposto a passar por alguns momentos breves de desconforto – corporal, emocional, de pensamento – para depois pegar o ritmo certo.

Porque que em algumas técnicas eu diminuí no nível 1? Exatamente por isso, porque no nível 2 quando um aluno... apareceu uma técnica lá que, em algumas pessoas, dá dor na coluna e nos rins de início. Então, teve aluno que chegou “ai, minhas costas! ai, meu rins!”. Se o aluno não tem o acompanhamento, ele pode parar no hospital. É! Uma técnica... aí ele fala “mas essa técnica fez isso?” Fez.

Uma técnica tão leve fisicamente, que a pessoa fala “pôxa, mas como é que isso faz isso?” Porque quando... imagine assim: uma sujeira está tão entranhada no órgão - tão assim enraizada no órgão, no corpo - que quando ela é removida muito bruscamente, o órgão do corpo ressente a remoção. E aí, ele pode apresentar um momentâneo distúrbio – alguns chamam isso de crise de cura.

Muitas vezes o método de cura piora para depois melhorar. Na homeopatia é muito típico de ser assim: dá uma breve piorada, depois melhora. Quando a gente tira o espinho do corpo, no momento em que está tirando dói, mas depois é tão bom! É mais ou menos isso. Por isso é que têm coisas que só dão para fazer com o acompanhamento individual, pessoal. “Ih, hoje não estou com vontade de trabalhar, o que será?” Aí, você vai no seu orientador, que está lhe ensinando e pergunta “eu estou com isso, porque?” Aí, ele vai analisar qual é a causa e dizer “é isso. Faça isso, isso e isso, que aí vai passar”.  Mesmo sendo o nível 1, as técnicas são muito poderosas e coisas assim poderão acontecer, por isso, vá aos poucos, não tente fazer tudo rápido.

Os meus alunos do nível 2 do “Caminho da Consciência”... tem aluno que fala “Aldomon, quando passar todas essas técnicas, quanto tempo eu vou precisar para praticar?” No comecinho, leva em torno de duas horas para praticar. Se você quiser fazer como precisa ser feito, leva de oito a dez horas para praticar. Eu recomendo a pessoa usar, no mínimo, duas horas do dia dela para acelerar a sua evolução – para purificar e transcender a mente e fazer a consciência se propagar.

Tem gente que fica dez horas na frente da televisão o dia todo! Tem gente que perde duas horas do dia com coisa completamente inútil, até do lado material - porque a nossa cultura é materialista -, mas até para o lado da matéria ele não se acrescentou nada. Então, é completamente inútil até para o lado material.  Por isso, não se assuste não, duas horas, com o tempo, vai parecer que passam assim ó “ih, já passou? Acabou”.

Com a prática, passa tão rápido, que você vai achar é pouco. Aí você fala “pôxa, mas eu trabalho o dia inteiro”. Quando você refinar a sua mente, você será livre, inclusive da carroça, chamada trabalho compulsório. Você será livre. Nossa cultura vai mudar. O ser humano, ele não é um ser humano na nossa cultura, ele é um cavalo – e mal remunerado, aliás, porque ele trabalha, trabalha e é infeliz. Quando eu falo ser remunerado, é com felicidade; porque se trabalhar tanto, deveria construir a felicidade e cadê? Trabalhou e não recebeu aquilo que era salário: felicidade.

Por isso, alguns efeitos colaterais poderão vir mas eles irão passar. Por enquanto, eu estou apresentando as técnicas. Eu não estou nem cobrando: quem fez, quem não fez, que resultado deu. Eu estou apresentando o conceito, o conhecimento e as técnicas. Em breve, tudo será organizado em um roteiro seguro de prática e, a partir daí, nós vamos fazer um direcionamento para o exercitamento das técnicas. Paciência...

Aliás, eu vou falar uma coisa que poderá acontecer – não é que eu queira. Como eu falei para vocês, um pé de manga dá manga sem intenção de dar manga, simplesmente acontece - talvez aconteça de, em breve, palestra em Brasília será apenas uma vez por mês, porque nós vamos começar a dar palestras em outros estados também, periodicamente. Então, Belo Horizonte vai ser a próxima cidade (Minas Gerais) que vai receber palestra mensalmente e curso avançado também – nós vamos abrir um em Belo Horizonte - e palestras em outras cidades. Então, quem está aqui hoje e queira pegar rapidamente, não falte agora porque ainda está tendo toda a semana. Mas depois, a gente vai para quinze dias e depois, para mensal.

O “Caminho da Consciência”... aqui têm alguns alunos do nível 2... eu não digo que esse aqui é nível básico, porque não é. O conhecimento, os conceitos e as técnicas passadas aqui, não são de nível básico; eu chamo de nível intermediário, não é básico não. Eu não estou mais trabalhando com conhecimentos do nível básico. Do nível avançado, eles já estão vendo o quanto o novo método do “Caminho da Consciência” é superior aos trabalhos anteriores que nós fazíamos: o resultado vem bruscamente.

Para quem pratica, o resultado vem bruscamente. Nós vamos levar isso para o resto do país, em função disso, vamos reduzir aqui, em Brasília. Não é que eu queira, é um processo natural, a gente não pode restringir apenas aqui. É comum pessoas de outras cidades do Brasil virem a este auditório, mas é bem mais fácil eu ir até lá do que elas virem aqui. Muito mais prático, rápido e econômico, por isso, nós vamos estender para fora. Quem puder se aplicar mais agora, se aplique, porque em breve vão ser muito espaçadas nossas aulas aqui.    

Bom, por hoje, eu gostaria que essas idéias, conceitos, ficassem na mente de todos, do que nós estamos buscando aqui, sabendo: a felicidade depende de vocês e não de um mundo a sua volta. Por hoje, ficamos por aqui, quem desejar fazer pergunta, levante a mão, que daqui a pouco será entregue papel. Quem não desejar, até a próxima quarta-feira, se Deus quiser!   

Perguntas:
• 1ª pergunta:
“Tenho feito os exercícios há 8 dias. Senti dores de cabeça, náuseas, gripei, tive dores em alguns órgãos e diarréia. Oriente-me”.
Resposta: Fora as náuseas – que geralmente gripe produz náuseas – não atribuo esses sintomas aos exercícios. Tais exercícios não produzem gripe - ou vulnerabilizam o corpo para a gripe. Geralmente, o que pode acontecer com os exercícios – de efeitos colaterais, com os que eu passei até agora -, é: tonteira, a náusea de fato pode acontecer, dores musculares, dores ósseas. Isso pode ocorrer por um breve momento. Esse breve momento pode ser de uma à duas semanas apenas. Depois, as dores desaparecem e um bem-estar muito grande começa a ser produzido no corpo. Por isso, não atribuo isso aos exercícios.     

• 2ª pergunta:
“As técnicas podem ser feitas à noite, por exemplo, de 20 às 22 horas ou às 04 da manhã?”
Resposta: Eu recomendo, quando fizer à noite, depois que terminar as técnicas, esperar uma meia hora para poder dormir. Depois que terminou as técnicas, você pode deitar depois de meia hora para dormir, não tem problema. Eu não recomendo assim: terminou a técnica, deita e vai dormir, porque você vai ficar, mais ou menos, uma meia hora sem conseguir dormir. Porque é o tempo que leva para diminuir o campo de energia, para baixar o metabolismo para dormir. Por isso, se fizer à noite, espere um período  para poder dormir; é a única coisa que a gente fala. Pode ser feito em qualquer horário, só não faça com o estômago muito cheio: terminou de almoçar e faz, você pode ter náuseas. Então, espere uma hora, uma hora e meia depois que comeu - quer dizer, que almoçou. Geralmente o almoço é a refeição mais pesada do dia. Refeições leves não tem problema não.

• 3ª pergunta:
“Um karma pode se constituir um bloqueio para purificação mental ou para evolução consciencial? Exemplifique.”
Resposta: O que é karma? Reação de alguma ação negativa. O karma que nós estamos falando é o karma ruim. Vou dar um exemplo de bloqueio: passou uma mulher, cujo corpo é considerado muito bonito pela pessoa e a pessoa olha e tem pensamentos indignos no sentido assim, tomando intimidades com aquela mulher, que ela não deu para aquela pessoa. Esses pensamentos violaram a integridade moral da mulher em questão. Então, os olhos foram usados para desrespeitar os direitos daquela mulher. Esse desrespeito aos direitos naturais dela constitui-se um karma e, ao mesmo tempo, uma energia negativa é criada nos olhos. Com o passar do tempo – acumulando essa energia negativa – a pessoa vai apresentar problemas de visão, porque a energia negativa foi criada nos olhos pelo desrespeito das leis da vida ou pelo karma; essa parte ficará bloqueada. Os exercícios já ajudam a remover, só que ajudam a remover tão rápido que pode apresentar, muitas vezes, alguns incômodos. A pessoa em questão, pode ter dor de cabeça - a dor na altura da testa - ou até nos glóbulos dos olhos – nas esferas dos olhos. Por isso, atuam no karma, esses exercícios limpam o karma. Se a pessoa parar de gerar karma, o karma é transformado pela prática dos exercícios e dos conceitos; porque é uma química energética, você removeu aquele princípio ativo dali e pronto.

• 4ª pergunta:
“Quem é espírita e trabalha com mediunidade, fazendo a expansão consciencial, pode ter bloqueado o trabalho mediúnico?”
Resposta: Não. Mediunidade é a capacidade de intercâmbio com o mundo espiritual. Refinando a mente, o intercâmbio aumenta mais ainda. Expandindo a consciência, aumenta mais ainda e melhor: com harmonia, com equilíbro, com tranqüilidade. Todo médium precisava trabalhar mais a consciência e refinar mais a mente. Há muitos médiuns que negligenciam o afinamento do instrumento dele e ai, o espírito vai tocar o instrumento e parece um carro de boi, descendo a ladeira: “quérém... quérém...” ao invés de ser violino. Por isso, ela – a expansão consciencial - é benéfica ao médium.

• 5ª pergunta:
“Ao fazer o exercício “Das Sete Deusas”, sinto muita coceira no corpo. É normal?”
Resposta: “Das Seis Deusas e Um Deus”. O exercício, na verdade, é “Os Sete Faluns”, é o nome do exercício. São seis Deusas e um Deus. Shiva é Deus, não é Deusa. Shiva é o do coronário. Coceira no corpo pode sentir sim. Vários exercícios que a gente passa, vocês podem também apresentar coceira no corpo. Essa coceira é porque estão abrindo artérias que estavam fechadas aí, a irrigação sangüínea aumenta. A pele pode produzir coceira, sim. Essas técnicas de refinamento do corpo, expulsam toda a sujeira que tem no corpo. Elas vão sair também pela pele, pela respiração, pelos intestinos, principalmente, pelas canelas. As canelas, de início, dão uma coceira... que é uma beleza. Parece até que andou no capim de short. Quando a pessoa anda no capim de short, as pernas ficam todas coçando.

• 6ª pergunta:
“As sete técnicas que você passou, podem ser feitas por crianças?”
Resposta: Eu ainda não passei as sete técnicas. Eu passei, até agora, três. Eu apresentei três técnicas. A quarta... na última aula eu não apresentei a quarta não, né? Não, não apresentei não. A quarta técnica, em breve, eu vou apresentar. 
As quatro primeiras técnicas são para refinar a mente condensada ou o corpo – eu não digo o corpo físico, porque refina todos os corpos: físico, astral, mental. Os vários corpos astrais, os vários corpos mentais, refina tudo.
E as três técnicas seguintes - após as quatro – serão para refinar a mente descondensada – os pensamentos, os sentimentos e as energias sutis. 
Crianças poderão fazer, no entanto, eu recomendo que sejam crianças de sete anos em diante, não menos que sete anos. Criança com menos de sete anos, os nervos dela ainda estão muito frágeis. Esses exercícios forçam um pouco os nervos, então, deixe formar um pouco mais. Então, de sete anos, um nível bem inicial dá para fazer; agora, em níveis mais avançados, só é recomendável de quartorze anos em diante.    

• 7ª pergunta:
“Como diferenciar comodismo de falta de esforço?”
Resposta: Quando uma pessoa pode fazer uma coisa tranqüilamente, sem sacrificar a paz dela, sem sacrificar a índole dela, ela pode fazer sem esforço. Agora, quando ela pode fazer e não faz, aí é comodismo. Um passarinho está com as asas aptas a voar e não voa, é comodismo. Agora, uma galinha ficar tentando voar, é inadequado, galinha não voa, o corpo dela não foi preparado para voar. Então, você imagine: a galinha inteligente sobe os andares do prédio, chega lá no trigésimo andar, olha lá embaixo, vê os pombos todos voando de um prédio para o outro e fala “hoje eu vou... hoje eu vou...” e pula. O resultado não é muito bom de se ver, não. Ela tem asa mas não voa.

• 8ª pergunta:
“Quando eu faço os exercícios da expansão da consciência, me sinto bem. Mas fico sempre pensando em meu emprego e isso me traz angústia e tristeza. Como resolver?”
Resposta:  Quando as sete técnicas forem passadas para a prática – onde a gente vai praticar e aprender bem como é que faz -, quando os conceitos e os conhecimentos todos já estiverem apoiando essa prática, sua mente vai refinar em um ponto tal, que você vai ver seu emprego com naturalidade. E se ele for kármico, seu karma se altera com o passar de algum tempo. Se ele não for kármico, você vai lidar muito harmoniosamente com ele, não importa qual seja. Se ele for incompatível com seu novo nível de consciência, você vai mudar de emprego, você vai arrumar outro emprego. Por isso, não se preocupe, o caminho da consciência, está só no comecinho  agora, a exposição dele. Não deu tempo ainda nem de plantar, eu ainda  estou cobrindo a terra na semente, a semente ainda não está nem toda introduzida na terra. Por isso, espere mais um pouquinho. Espere... que eu digo, é paciência para o resultado vir, ele não vem sempre assim; aí seria uma coisa milagrosa, né? E a gente não opera milagres. Na verdade, eu nem acredito que milagre existe. Existe é ignorância de certas leis maiores que, quando movidas, o pessoal chama de milagre.

• 9ª pergunta:
“Como saber em que estágio evolutivo me encontro e como descobrir qual é a minha natureza?”
Resposta: Quando refinar a sua mente a um determinado ponto, você, naturalmente, vai saber qual é o seu estado evolutivo. Ninguém terá como dizer para você qual é o seu estado evolutivo. Você é que vai precisar descobrir com mais refinamento mental. Mente suja bloqueia a consciência de trazer essa informação. É a consciência que vai lhe dar essa informação. 

• 10ª pergunta:
“Que características definem uma mente evoluída?”
Resposta: Uma mente evoluída é uma mente cristalina, transparente como o cristal branco, que sequer percebe a própria existência, percebe apenas o EU SOU. Essa é uma mente evoluída. Uma mente evoluída, ela ignora a própria mente, então, a mente começa a ser só uma passagem, por onde a consciência se propaga. A pessoa percebe a tal coisa chamada “a mente não existe”. Uma mente evoluída é a mente não existente e sim, a consciência imanente. Chegue lá que você vai compreender. Tem coisa que é só vivendo mesmo.
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